“O futuro logístico e portuário de Lisboa e Setúbal também passa pelo porto de Setúbal”, afirmou ontem Victor Caldeirinha, presidente do Conselho de Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), durante o VI Seminário Plataforma Logísticas Ibéricos, organizado entre a APSS e a AICEP Global Parques. Numa afirmação que assumiu ser polémica, o mesmo responsável adiantou que “devemos manter a autonomia estratégica dos portos” e, no caso de Setúbal, admitiu não temer “a concorrência de outros portos”.
No mesmo evento, Fátima Évora, também da APSS, anunciou que a partir de Fevereiro, a WEC Lines, que já tem duas linhas a operar no porto de Setúbal – para Marrocos e o Norte da Europa -, terá uma nova linha, a NWC/SPM 2, directamente de e para Liverpool, com escala semanal. De acordo com a APSS, o novo serviço “encurta as distâncias com a Irlanda, Escócia e outros destinos no Reino Unido”, e vai juntar-se à cobertura dos portos britânicos de Felixstowe e Tlbury, num total de três saídas semanais.
A mesma responsável admitiu também que existe o objectivo de tornar o porto de Setúbal numa “gateway, porta de entrada e saída das exportações da zona sul de Lisboa, a longo prazo, com alargamento do hinterland”. Nesse sentido destacou quatro projectos.
Um deles é a ampliação do terminal ro-ro para jusante, que está a poucos dias de ficar concluída. Isto permitirá que Setúbal se torne “num cross trade intercontinental”, através das rotas para África, Ásia e Mediterrâneo. Outro é a expansão em dois ou três quilómetros dos terminais portuários. Um terceiro é o projecto Blueatlantic, da Sapec, e o último é o do melhoramento dos acessos marítimos. Relativamente a este, decorrem estudos técnicos e de impacto ambiental e em breve será emitida a Declaração de Impacto Ambiental pela Agência Portuguesa para o Ambiente, após o que se procederá às dragagens.
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