“A aposta na bioeconomia azul contribuiu mais de 4% em 2019 para a economia nacional, mais do que os 2,6% em 2016”, referiu o Ministério do Mar, na sequência da apresentação pública do «Roteiro de bioeconomia azul para Portugal», que decorreu no Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CiiMAR), do Terminal de Cruzeiros de Leixões, em Matosinhos, na última Sexta-feira.
O roteiro é um guia criado em conjunto pelo CiiMAR, a BlueBio Alliance e a Fundação Oceano Azul, para mapear informações sobre os biorrecursos marinhos existentes em Portugal e assim servir de instrumento a políticas públicas e auxiliar a definir estratégias regionais. Na sessão de lançamento, a ministra do Mar referiu que constituirá “uma ferramenta essencial para a implementação do desenvolvimento sustentável e inovação”, acrescentando que será “uma boa base de apoio” para a realização de políticas públicas do sector marítimo.
Ana Paula Vitorino considerou ainda que “este roteiro não podia estar mais alinhado com aquilo que é a estratégia de atuação do Ministério do Mar e só pode ser desta forma: conhecer e explorar de forma sustentável os recursos marinhos e contribuir para o crescimento da economia azul, em sintonia incontornável com a conservação e valorização do conhecimento”.
O objectivo deste roteiro passará por apresentar soluções para a bioeconomia azul, como promoção de gabinetes de transferência de tecnologia com as Universidades, instituição de financiamento para redes de equipamento, modernização de equipamentos navais para a bioprospeção, parcerias público-privadas, programas de aceleração para atrair empresas nacionais e estrangeiras, e um biobanco azul, entre outras.
Na ocasião, segundo a LUSA, a ministra do Mar também admitiu que estão a ser investidos 153 milhões de euros em bioeconomia azul e que o programa Mar 2020 já financia 922 operações no valor de 151 milhões de euros. Considerou ainda que o sector marítimo obteve um crescimento no Valor Acrescentado Bruto de 37% nos últimos dois anos, “muito acima do crescimento da economia geral”, e reiterou a sua ambição de fazer com a economia do mar representasse 5% do PIB em 2020.
Foi igualmente lembrado que estão em curso 18 projectos de empreendedorismo inovadores de bioeconomia azul, financiados em quatro milhões de euros através do programa Fundo Azul. Segundo o Jornal de Negócios, a ministra terá admitido que o Governo prepara uma “linha de financiamento, dentro do Fundo Azul, para os blue tech accelerators”, para “potenciar uma nova geração de start-ups na bioeconomia azul”.
A ministra referiu que também foi lançada uma plataforma digital de promoção dos produtos e serviços de inovação da bioeconomia azul portuguesa (Ocean Invest Portugal), que “estão alinhados com os objectivos sustentáveis das Nações Unidas” e voltou a referior o seu propósito de “dar visibilidade às principais iniciativas dos diferentes sectores da biotecnologia azul e contribuir para a execução da agenda 2020”.
“Queremos fazer com que o desenvolvimento de novos produtos e serviços seja economicamente eficiente, mas que também minimize a extracção de recursos”, acrescentou a ministra do Mar.
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