Organização conta multiplicar por muito o impacto económico desta edição

José Pedro Amaral, CEO da Sail Portugal, a parceria entre a Urban Wind e a Pindar responsável pela organização da etapa portuguesa da edição de 2017-2018 da Volvo Ocean Race (VOR), considerou ontem que “se o impacto económico da edição anterior, de 14 dias em Lisboa, foi de 26 milhões de euros, desta vez, com uma presença de mais de um ano, de Junho de 2016 a Outubro de 2017, contamos multiplicar por muito esse impacto”.

O responsável pela organização portuguesa da prova na próxima edição da VOR falava durante a apresentação do evento, que decorreu na Câmara Municipal de Lisboa (CML), com a presença, entre outras personalidades, do presidente do município, Fernando Medina. José Pedro Amaral referiu ao nosso jornal que o investimento da Sail Portugal deverá ser semelhante ao realizado na edição anterior, ou seja, a rondar os 3 milhões de euros. A que acrescerá o investimento da Associação de Turismo de Lisboa.

Na próxima edição, porém, Lisboa não será apenas mais uma stopover. Desta vez, acolherá o boatyard da prova, um estaleiro e centro de manutenção das embarcações, que já está instalado na Doca de Pedrouços, o que implicará a presença de barcos, equipas e organização em Lisboa por um período muito mais alargado do que em 2015. “E isso vai reflectir-se no impacto económico na cidade, que superará em muito o do ano anterior”, acredita o CEO da Sail Portugal.

Fernando Medina resumiu a importância do evento para Lisboa e o país em cinco pontos. Por um lado, trata-se de um dos acontecimentos desportivos mais vistos à escala mundial, pelo que estar associado a ele é sinónimo de prestígio e visibilidade. Em segundo lugar, representa “uma enorme visibilidade para Lisboa, pela exposição nos meios de comunicação e “promoção da cidade como destino de referência que isso significa”.

A VOR constitui igualmente um factor de “aproximação dos jovens ao mar, que se faz muito através do desporto”. Em quarto lugar, este ano, a “uma versão reforçada da VOR, será uma oportunidade para as actividades à indústria naval, em particular, os segmentos de topo, e estamos a falar da construção, manutenção, projecção e desenho de embarcações”, referiu o autarca. Finalmente, para Fernando Medina, “este evento é o que melhor simboliza a ligação dos portugueses ao mar”.

O presidente da CML também admitiu que esta evolução poderá contribuir para dar um passo no sentido da fazer de Lisboa, numa futura edição, o local de partida da VOR. E considera mesmo que isso se justifica, quer pela história da cidade, quer pela identidade colectiva da cidade e do país com o mar, recordando que foi de muito perto do local onde hoje está a VOR que partiram os navios portugueses dos Descobrimentos.

Igualmente presente, Antonio Bolaños López, CEO da VOR, recordou o que considera o êxito da stopover de Lisboa em 2015, pela combinação de profissionalismo e pelo papel enquanto centro de negócios, o que o leva a “desejar continuar a colaborar com a cidade”. Recordou ainda alguns números da edição anterior: mais de 200 mil visitantes da VOR, mais de 4 mil convidados corporativos, mais de 495 jornalistas acreditados e 376 voluntários.

A próxima edição da VOR deverá percorrer cerca de 39 mil milhas náuticas, à semelhança da última prova, e os portos que recebem a competição já confirmados são Alicante (Espanha), que é o local de partida, Lisboa, a segunda etapa, Auckland (Nova Zelândia), Cape Town (África do Sul), Cardiff (Reino Unido), Gotemburgo (Suécia), Hong-Kong (China), Newport (Estados Unidos) e Haia (Holanda), que será o porto de chegada.



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