O acordo para a venda de uma participação maioritária no porto do Pireu à China Cosco Shipping (CSC) pode, afinal, não se concretizar, pelo menos nos termos que têm vindo a ser anunciados, face às críticas feitas por Theodoros Dritsas, ministro grego para o Transporte Marítimo e Políticas das Ilhas.
Conforme noticiado por vários meios de comunicação, o ministro é contra esta venda e pondera a possibilidade de o negócio não se realizar. “Existe ainda muito a fazer até à venda das acções, em Junho”, terá referido Theodoros Dritsas, acrescentando que o negócio se faz para satisfazer os credores, não por motivos de desenvolvimento.
O ministro terá igualmente considerado que o Hellenic Republic Asset Development Fund (HRADF), responsável pela negócio com a CSC, “opera como um Estado dentro de um Estado”, com um papel paralelo ao do Governo eleito pelo povo, e insinuado criar uma nova autoridade portuária para o porto do Pireu.
No site do HRDAF, refere-se que esta entidade, criada em 2011 para limitar a intervenção do Estado nos processos de privatizações, é uma sociedade anónima detida a 100 por cento pela República Helénica, leia-se, Estado grego. Mas não é uma entidade pública, rege-se pelo direito privado e os activos transferidos pelo Estado para a sua órbita não fazem parte do seu capital accionista.
Neste fim-de-semana, Xu Lirong, presidente da CSC, esteve em Atenas para formalizar o acordo mas terá partido com algumas dúvidas sobre aquele que pode ser o maior investimento privado de sempre na Grécia.
Durante a visita, Xu Lirong encontrou-se com o presidente grego, Prokopis Pavlopoulos, o Primeiro-Ministro Alexis Tsipras, entre outras inividualidades, e terá assumido que o objectivo da CSC era ajudar a tornar o porto do Pireu na maior plataforma de contentores da Europa.
“Acredito que não só vamos promover o comércio entre a Grécia e a China, mas também que através da Grécia vamos impulsionar a actividade comercial da China noutros países da região”, terá afirmado o presidente da CSC, acrescentando que tem planos para investir também em estaleiros gregos.
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