A rejeição preliminar do método do «número mais provável» (MPN – most probable number) para determinar a eficácia dos sistemas de tratamento das águas de lastro pela Guarda Costeira dos Estados Unidos está a ser criticada pela indústria do transporte marítimo e por investigadores.
De acordo com notícias vindas a público, o sistema preferido pela Guarda Costeira norte-americana é o da «coloração vital» (vital staining). Todavia, segundo alguns meios de comunicação, testes desenvolvidos por peritos permitiram concluir que esse sistema tem falhas e não é rigoroso na determinação da morte ou vida do fitoplâncton. Se assim for, este método não deveria constituir uma alternativa ao método MPN.
O sistema MPN, segundo diversas fontes, está associado ao tratamento das águas de lastro por ultra-violetas (que esteriliza os organismos sem os matar), e embora não determine se um organismo está vivo ou morto, permite avaliar a capacidade de um organismo para se reproduzir e dessa forma colonizar um ambiente novo.
De acordo com fontes da indústria, o MPN seria preferível ao sistema de vital staining, até porque seria aplicável a todos os sistemas de tratamento de águas de lastro e não apenas aos baseados em ultravioletas.
Com a aproximação da data de ratificação da Convenção Internacional para Controle e Gestão das Águas de Lastro e Sedimentos de Navios, a posição da Guarda Costeira norte-americana ameaça criar dificuldades nesta questão, designadamente, no que respeita a amostras e análises das águas nos portos. Mas a questão, que está a levantar sérias preocupações no sector, não deixará de ser discutida ainda este mês na Organização Marítima Internacional (IMO – International Maritime Organization).
Para a INTERTANKO, um fórum aberto à participação de donos de petroleiros e navios de transporte de produtos químicos, que pugna pela segurança do transporte marítimo, limpeza dos mares e livre concorrência, e a International Chamber of Shipping (ICS), a principal organização internacional representativa dos armadores, a decisão da Guarda Costeira dos Estados Unidos reduz a metade o número de sistemas de tratamento de águas de lastro que os armadores podem utilizar para operarem à escala global.
Outra questão que está a complicar o processo de ratificação da referida Convenção relaciona-se com os sistemas de teste e métodos de aprovação das águas de lastro actualmente utilizados. Embora se considere que tais sistemas e métodos seguem as orientações da Convenção, existem diferentes interpretações das mesmas.
A isto pode acrescentar-se a reduzida divulgação de documentação relativa ao tema, o que mina a confiança nos processos de realização e validação de testes às águas de lastro, que assim podem conduzir a diferentes resultados, com todas as implicações que daí podem decorrer.
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