A intervenção no porto de Leixões destinada à concretização de um novo terminal de contentores arranca este ano e será a mais dispendiosa no âmbito da estratégia do Governo para aumentar a competitividade dos portos nacionais até 2016. São cerca de 320 milhões de euros, conforme apresentação feita no passado dia 17 de Fevereiro naquele porto, onde a ministra do Mar se deslocou para detalhar aspectos da sua estratégia relativamente à actividade portuária de Leixões.
Segundo foi anunciado, já estão em curso projectos e ensaios, para uma intervenção que deverá duplicar a capacidade do porto para 1,5 milhões de TEU e tem conclusão prevista para 2025. O novo terminal deverá igualmente aumentar o Valor Acrescentado Bruto (VAB) para 908 milhões de euros (equivalente a 2,12% do VAB da Região Norte) e o volume de negócios do porto.
A segunda grande intervenção no porto de Leixões em termos de volume de investimento no quadro da estratégia governativa a 10 anos é nos pólos 1 e 2 da plataforma multimodal. São 54,1 milhões de euros, correspondentes à 2ª fase de uma intervenção iniciada em 2014 e cujo investimento global está orçado em 180 milhões de euros, segundo referido em 17 de Fevereiro.
Conforme a apresentação oficial, a intervenção deverá estar concluída em 2022 e gerar 621 postos de trabalho, aumentando o tráfego portuário em 19% face a valores de 2014 e a procura potencial na plataforma em 11 milhões de toneladas até à data da sua conclusão. Para o Governo, o projecto envolve um efeito positivo estimado em 696,3 milhões de euros relativamente externalidades (menos acidentes e menos poluição, por exemplo).
A terceira grande intervenção é a reconversão do terminal de contentores sul (TCS), que deverá arrancar em 2018 e estar pronta no ano seguinte, estimada em 43,4 milhões de euros. De acordo com dados fornecidos, o projecto de execução está concluído e envolve terraplenos para contentores vazios e cheios e um terminal ferro-portuário.
Os impactos esperados são vários. Cerca de 406 milhões de euros de retorno, menos 300 milhões de euros em despesas de transporte rodoviário, menos 709 toneladas de emissões de CO2, mais 12% de produtividade e um aumento da capacidade de movimentação de contentores na ordem dos 26%.
Finalmente, o Governo espera aumentar a eficiência no terminal de granéis sólidos e alimentares, numa intervenção que deve decorrer entre 2019 e 2020. São 12 milhões de euros de investimento previsto e deverão contribuir para uma diminuição os índices de poluição associados a operações de descarga e ao transporte do cais para o silo, bem como para aumentar a produtividade e a capacidade do terminal.
No total as quatro intervenções estão orçadas em 429,5 milhões de euros, conforme anunciado por Ana Paula Vitorino em Dezembro de 2016, e deverão aumentar o movimento portuário de Leixões das 18,3 milhões de toneladas actuais para 26,5 milhões de toneladas (+44%) até 2026, crescendo 73% em carga contentorizada. Tudo num contexto de investimento que deverá ser maioritariamente privado, de acordo com o que tem sido repetidamente anunciado pelo Governo.
No plano do terminal de cruzeiros, existe a expectativa de aumentar o acolhimento de 84 (2016) para 107 navios já este ano, em paralelo com um crescimento do número de passageiros recebidos, que foi de 72 mil e 2016 e poderá atingir os 105 mil em 2017, com um impacto esperado na economia calculado em 11 milhões de euros.
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Parabéns Leixões e Parabéns Porto, mas falta não esquecer o essencial ou seja a dragagem do calado actualmente muito baixo, sem dragar pelo menos até -14 m os barcos de média dimensão (os grandes e muito grandes ficam todos em Sines) não vêm até Leixões já para não falar na limitação enorme da largura de entrada no porto.