A exportação global de mercadorias pode crescer 10,4% este ano, chegando quase aos 17,23 triliões de euros, refere um relatório recente da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (United Nations Conference on Trade and Development, ou UNCTAD), o 2018 UNCTAD Handbook of Statistics. Embora a economia tenha dado sinais significativos de desaceleração no segundo semestre de 2018, esta cresceu fortemente durante o primeiro semestre do ano.
Segundo o relatório, em 2017 o comércio global de mercadorias aumentou 10% (em relação a 2016), após dois anos de declínio, e o comércio de serviços cresceu 9,5%. O que se explica através da subida do crescimento do PIB mundial (3,1%), associado ao aumento dos preços das mercadorias (+17,7%), especialmente de combustíveis (+26,1%) e minerais, minérios e metais (+12,2 %).
Além disso, a maioria das economias mundiais contribuiu para o aumento do comércio internacional de mercadorias, com excepção da Suíça, Luxemburgo, Jordânia, República Democrática Popular da Coreia e algumas economias africanas bem como pequenas ilhas.
Os quatro maiores exportadores do mundo são a China, os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão. Os portos asiáticos, como maior região comercial, em 2017, registaram 4,4 mil milhões de toneladas de mercadorias carregadas e 6,5 mil milhões de toneladas descarregadas. Os outros continentes registaram menos de metade desses valores. Sendo que os volumes de mercadorias entregues nos portos da Oceânia eram particularmente pequenos.
Este aumento evidencia-se também pelo forte crescimento dos indicadores de transporte marítimo compilados pela UNCTAD: o crescimento no comércio marítimo mundial foi de 4% em 2017, e a produção portuária de contentores aumentou 6%.
Foram carregadas 10,7 mil milhões de toneladas de mercadorias em todo o mundo – mais 1,5 mil milhões de toneladas do que em 2012. Destas, 1,2 mil milhões de toneladas foram de carga seca, as restantes 305 milhões foram de petróleo bruto, produtos petrolíferos e gás.
O estudo destaca ainda que os desequilíbrios comerciais entre economias desenvolvidas e em desenvolvimento têm vindo a diminuir nos últimos anos, e as economias em desenvolvimento continuam a contribuir significativamente para o comércio transoceânico global – quase dois terços dos produtos carregados e descarregados em todo o mundo. A sua participação aumentou constantemente nos últimos dez anos, chegando a 63% em 2017. Tendência que foi fortemente impulsionada pelas economias em desenvolvimento da Ásia.
Em Janeiro de 2018, a frota mundial atingiu uma capacidade de carga de 1,9 mil milhões de toneladas de porte bruto (tpb), mais 62 milhões de tpb do que no ano passado.
Quanto às bandeiras de registo: porque a maioria dos navios comerciais tem uma bandeira diferente da sua propriedade, as inscrições em economias em desenvolvimento tornam-se comuns, representando 76% dos registos globais em termos de tonelagem. Os três principais registos são do Panamá, Ilhas Marshall e Libéria. Além disso, Hong-Kong e Singapura chegam em quarto e quinto lugares, respectivamente. O Panamá não registou aumento nos últimos quatro anos, no entanto, as Ilhas Marshall, registaram o maior aumento nos registos nos últimos anos.
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