A população de tubarões encontra-se cada vez mais ameaçada: um estudo realizado pelo Swire Institute of Marine Science da Universidade de Hong Kong, a iniciativa Sea Around Us da Universidade de British Columbia (Canadá) e a WildAid Hong Kong, apela à rejeição de produtos de barbatanas com urgência, sob pena de estarmos a afectar 60% das espécies de tubarão, a mais elevada percentagem de espécies ameaçadas entre os vertebrados.
A conclusão do estudo publicado na Marine Policy é que tanto a pesca legal como a pesca ilegal estão a levar a uma sobrepesca da espécie. Algumas espécies de tubarões, como o tubarão-martelo e o tubarão-do-mar oceânico, diminuíram cerca de 90% nos últimos anos. E estima-se que apenas 12% da pesca de tubarão seja considerada potencialmente sustentável, sendo que estudos indicam que aproximadamente 25 mil toneladas de barbatanas secas são ilegais. Uma vez que distinguir as espécies das quais provêm as barbatanas é tarefa árdua, a captura misturada torna-se prática comum, dificultando esforços de rastreio.
Particularmente na Indonésia, onde se pescam cerca de 100 mil toneladas por ano, mas países como a Índia, Espanha ou a Tailândia, também representam grande peso no mercado. “Hong-Kong é porta de entrada para cerca de metade de todas as barbatanas de tubarão secas que se comercializam globalmente, tendo importado cerca de 6 mil toneladas por ano, nos últimos anos”, muito devido às famosas sopas de barbatana de tubarão chinesas, concluem.
Note-se que as barbatanas de tubarão, à venda nas peixarias de Hong-Kong, eram de espécies classificadas ameaçadas pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês). E a verdade é que grande parte destas provém de capturas acessórias, de que se conhecem formas de mitigar, havendo, porém muito pouca evidência de que as autoridades ou a indústria insistam na adopção de tal método.
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