Will McCallum, responsável pelos oceanos da Greenpeace do Reino Unido, escreveu um livro – Viver Sem Plástico -, onde expõe o problema, mas incide principalmente nas soluções. Aquele que denomina de “guia para mudar o mundo e acabar com a dependência do plástico”, pode ser uma das soluções para este grande problema cuja resolução pode e deve passar por cada um.
O livro, já traduzido para português com o apoio da Quercus, apesar de correr o risco de se aventurar pelo lado mais céptico da questão, em que o poder real das acções individuais é limitado, consegue, explanar iniciativas que cada um pode ter, sem entrar em contradição, bem como o que podem fazer empresas e Governos. Não esquecendo que também cada um pode denunciar más praticas levadas a cabo pelas grandes plataformas.
Líder da campanha que pretende criar, na Antárctida, a maior área protegida na terra, com experiência em negociações políticas, e estudos em literatura e linguística, Will McCallum deparou-se com uma questão: quem na verdade alertava, através de campanhas, para estas questões, parecia não admitir que vários produtores destas mesmas embalagens pelo mundo continuam a faze-lo, produzindo mais e mais.
E por isso, ao longo de três anos, tirou algumas conclusões: mais do que limpar e levar cada um a “fazer a sua parte” são necessárias medidas impeditivas, pelo que, na sua opinião, um primeiro grande passo seria dado se os responsáveis políticos assumissem as suas obrigações.
“Rejeitar sempre que possível”, uma das medidas que ainda assim o responsável assume como crucial, poderá ser o segundo passo, esclarecendo que, sempre que rejeitarmos algo numa plataforma comercial e o empregado não entender o porquê, devemos explicar: “não há nenhum sistema de gestão ou reciclagem de resíduos à face da terra capaz de processar a quantidade de resíduos que produzimos, sem provocar significativos impactos ambientais”, explica o próprio.
Descartar-se do plástico será tarefa fácil?
Will McCallum acredita que sim. É possível usar, e assim inspirar outros a fazê-lo. Recipientes recarregáveis ou, quando inviável, fazer o próprio produto – o livro apresenta algumas receitas, desde pasta de dentes a detergente da louça. Este processo passa também por comprar menos, lavar a roupa a temperaturas mais baixas e dentro de sacos próprios que retenham as microfibras.
O responsável da Greenpeace elucida inclusivamente sobre como organizar uma limpeza de praia, uma campanha, ou mesmo uma petição. Admitindo que o difícil é manter a motivação. Motivação essa que tem aprendido a manter vendo “o lado positivo” – o mundo, apesar de tudo, começa agora a movimentar-se no sentido da “desplastificação”.
“Pouco mais há a dizer sobre os sacos de plástico além do facto de que deveriam ser remetidos para os livros de História como uma moda outrora útil, mas agora redundante”, conclui.
Mas já existem sacos de plástico biodegradáveis?
A combinação de hidrólise não enzimática, com a dissolução na água e processos biodegradáveis, gerou aquela que pode ser uma grande solução para o mar: um tipo de plástico que se decompõe na água do mar, não deixando resíduo algum a boiar, segundo o Expresso.
Esta foi uma descoberta de investigadores chineses que desenvolveram este material, um dos quais Wang Gexia, engenheiro do Instituto Técnico de Física e Química da Academia Chinesa de Ciências, que afirma que o mesmo, sendo composto por poliéster, em água marinha decompõe-se em alguns dias, no máximo meses, gerando apenas pequenas moléculas que não poluem.
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