O início de um novo ano e a incerteza constante sobre o rumo do Brexit ajudarão a explicar uma variante no discurso preocupado da Associação Britânica de Portos (BPA, na sigla inglesa). Na última semana, em comunicado, a associação aproveitou o contexto do Brexit para enfatizar os desafios e as oportunidades que 2019 pode representar para os portos e as zonas costeiras do Reino Unido, mais do que para criticar o Governo pela indefinição relativamente ao futuro da relação entre o país e a União Europeia (UE).
Num comunicado sintomaticamente intitulado «2019 será mais do que apenas o Brexit», a BPA elenca várias questões, como o controlo fronteiriço, a segurança marítima, os recursos humanos portuários, as questões ambientais, o papel dos portos de pesca e a influência da inovação na evolução dos portos britânicos. E lembra que paralelamente ao acompanhamento do processo do Brexit, tem promovido o que designa por Port Zoning, que é a sua visão para áreas circundantes aos portos a dotar de um estatuto especial nos planos de planeamento, regulação e económico, e que poderiam assim contribuir desenvolver e fazer crescer os portos do Reino Unido.
A propósito dessa Port Zoning, o Chief Executive da BPA, Richard Ballantyne, declarou que “a ideia é ver crescer uma rede regional de hubs em redor dos portos e das localizações costeiras em todo o Reino Unido”, acrescentando que vários incentivos podem ser criados para apoiar os portos, normalmente zonas com carências, os concessionários e os negócios relacionados. E nesse sentido, as regras de sustentabilidade ambiental que se desenham cada vez mais para os portos podem ser uma oportunidade para desenvolver estas infra-estruturas e os negócios com elas associados.
Richard Ballantyne considera também que este ano a BPA irá pressionar o Governo britânico para atribuir prioridade a investimentos nas questões identificadas no estudo sobre conectividade portuária, publicado em 2018 pelo Executivo, e encorajar as administrações portuárias do país a fazerem o mesmo. O que significa abranger ligações às principais artérias de transporte contempladas na estratégia de investimento rodoviário e os desafios relacionados com as ligações de «última milha» aos portos.
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