Este ano promete ser mais um período difícil para os armadores de navios tanque, em parte devido à entrada de navios no mercado, segundo a Gibson Shipbrokers, que desenvolve consultoria no âmbito do transporte marítimo, entre outras actividades relacionadas com o sector.
De acordo com a consultora, em 2018, é esperada a entrada no mercado de 40 milhões e toneladas de porte bruto (deadweight tonnage, ou dwt) em navios tanque para crude e produtos derivados do petróleo, mais 4,5 milhões de dwt do que em 2017.
O impacto negativo neste acréscimo de oferta num mercado onde ela já é excedentária, porém, pode ser minimizado por eventuais atrasos nas entregas, que também são esperados.
O World Maritime News acrescenta outros obstáculos a este segmento para 2018, na sequência de decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e de outros Estados produtores petrolíferos, como a Rússia, de prolongarem os cortes na produção até ao final do ano como forma de equilibrarem os preços.
No entanto, a Agência Internacional de Energia (AIE), prevê um aumento da produção de 1,3 milhões de barris por dia, que significa um crescimento mais lento do que nos últimos anos. Mas permanece a dúvida sobre se este crescimento será suficiente para suportar um aumento das tarifas dos fretes, necessárias para a recuperação deste segmento de navios.
Entretanto, Gernot Ruppelt, CCO da Ardmore Shipping, que opera navios tanque, admitiu ao World Maritime News que esse segmento de navios não beneficia com autonomia das embarcações, que passou a ser tema de debate e de pesquisa no sector do transporte marítimo.
“Nesta fase, não vemos mercado para navios não tripulados no segmento dos navios tanque” referiu Gernon Ruppelt. “A única forma de isso acontecer é com a concordância das grandes petrolíferas e isso simplesmente não é plausível neste momento; não as imagino satisfeitas sem tripulantes a bordo e sem a sua aprovação não há mercado para isso neste segmento”, acrescentou.
Disse ainda que a sua empresa preferiria ver mais recursos aplicados em tecnologias de redução de emissões, “que é uma prioridade para a indústria mais importante do que a navegação não tripulada”.
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