Foi, enfim, inaugurado oficialmente o novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa, na última Sexta-Feira. O terminal que já estava em funcionamento aguarda ainda dois edifícios, no entanto apenas complementares, nomeadamente de restauração, afirmou Ricardo Ferreira, CEO da Lisbon Cruise Terminals (LCT), concessionária do espaço. Foram 2.500 os passageiros que passaram no novo terminal no dia da inauguração, do navio Jewel Of The Seas, que tinha mil tripulantes.
A concretização deste investimento “vai permitir-nos crescer mais no sector do turismo e dotarmos a cidade de uma infra-estrutura capaz de oferecer melhor turismo”, afirmou o Presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, na inauguração do terminal, que se espera, como disse, reforçar “a base económica da Cidade e da Região”. Um “investimento estratégico de requalificação de toda a zona da frente ribeirinha”, que já se ambicionava há décadas na nossa cidade e que foi lançado com a primeira iniciativa das obras do Terreiro do Paço.
Felicidade foi a palavra de ordem da ministra do Mar, que referiu ser “um dia extremamente importante para a economia do mar e para o turismo”, que contribuirá para que haja cada vez mais turistas na região e colocará Lisboa como referência no mercado de cruzeiros internacional, tendo acrescentado que “Lisboa pode assumir-se legítima candidata à primeira liga dos principais portos de cruzeiros a nível mundial”.
O novo terminal de cruzeiros é um projecto no qual não se pode deixar de destacar o brilhantismo do arquitecto português João Luís Carrilho da Graça, como relembrou Ana Paula Vitorino sobre um terminal cujo investimento foi público foi de 54 milhões de euros, sendo que a última fase teve um investimento de cerca de 23 milhões de euros, e que possui um contrato de concessão que, apesar do investimento público, não envolve qualquer risco para o Estado pois é um parceiro privado que assume integralmente o risco associado à sua construção, operação e financiamento.
A ministra do Mar expôs ainda números relativos a este sector, sendo que o turismo de cruzeiros tem vindo a acrescentar valor à economia. Em 2016, o impacto económico gerado pela indústria dos cruzeiros em Lisboa representou cerca de 30 milhões de euros. Relembrou ainda que o investimento realizado pela Lisbon Cruise Terminals, no âmbito do contrato de concessão celebrado em Julho de 2014 para a construção, operação, financiamento e transferência, foi feito para termos a sua concessão por um período de 35 anos.
Esta construção “mostrou mais uma vez como a arquitectura portuguesa é uma arquitectura de excelência e como é uma forma artística de transformar um território”, afirmou o Primeiro-Ministro, António Costa, relembrando que este é um investimento que “demonstra bem a importância da cooperação económica entre os nossos países”, quando cumprimentava a embaixadora da Turquia.
António Costa acrescentou ainda que “este projecto é um excelente exemplo da importância da continuidade das políticas” e que há que “diversificar a nossa oferta”, demonstrando que o turismo não é só uma actividade sazonal quando oferece sol e praia, mas uma oferta que permite ocupar e gerar riqueza 365 dias por ano. A actividade de cruzeiros aumentou 62% na última década. É uma actividade que está em grande crescimento a nível mundial e tem condições únicas para crescer em Portugal, que tem uma posição geoestratégica – no ponto de encontro das rotas do Atlântico e do Mediterrâneo – certamente única, afirma António Costa, deixando um desafio: que se faça exactamente o que tem feito o porto de Leixões que, com o novo terminal de cruzeiros, aumentou em 50% o número de passageiros no primeiro semestre deste ano.
Emre Sayin, CEO da empresa turca Global Ports Holding, accionista da LCT em 40%, teve também a palavra e referiu que é este um momento para nos “sentirmos orgulhosos, pois este projecto vai contribuir para a beleza desta cidade e deste país”, relembrando que “temos agora a missão de continuar a trazer convidados a este terminal, que se espera que traga mais 20% de passageiros a Lisboa”.
Com o navio Jewel of the Seas, passaram cerca de 2.500 passageiros e 1.000 tripulantes, no entanto, estiveram três navios no evento – um no terminal principal, que foi inaugurado, e outros dois nos restantes – o do Jardim do Tabaco e Santa Apolónia, que estiveram operacionais unicamente naquele dia, pois o do Jardim do Tabaco será demolido e substituído na íntegra, afirmou Ricardo Ferreira.
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