A Associação Internacional de Portos (International Association of Ports and Harbors, ou IAPH) está a usar o seu estatuto consultivo na Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês) no debate sobre emissões decorrentes da indústria do transporte marítimo que se realiza, até 7 de Julho, 71ª na sessão do Comité da IMO para a Protecção do Ambiente Marinho (Marine Environment Protection Committee, ou MEPC).
Em causa está a discussão da estratégia para reduzir a emissão de gases com efeito de estufa a partir dos navios, que será decidida em 2018. A IAPH co-patrocinou uma proposta da Alemanha e outras partes destinada a esta sessão, na qual se apela à quantificação das emissões dos navios, visando a sua diminuição tão cedo quanto possível, rumo às emissões zero na segunda metade deste século, na linha dos objectivos da Conferência de Paris sobre as Alterações Climáticas.
“Os portos estão prontos a facilitar o caminho para as emissões zero no transporte marítimo”, afirmou o vice-presidente da IAHP para Europa, Peter Mollema, antes desta sessão do MEPC. E acrescentou que “isso pode ser feito de várias formas, como a facilitação de infra-estruturas para o abastecimento com combustíveis alternativos, a optimização da eficácia de esquemas de esquemas de incentivos aos portos, o aumento da eficiência operacional para minimizar os tempos mortos e o fornecimento de infra-estruturas à prova do clima”. Para este responsável, “o importante é que os portos tenham a flexibilidade para usar diferentes instrumentos de acordo com o tipo de infra-estrutura e tráfego marítimo sob sua gestão”.
Fundada em 1955, a IAHP é uma aliança global não lucrativa composta por 180 portos e 150 empresas e institutos de 95 países, que considera que os portos enfrentam uma encruzilhada, relativamente às infra-estruturas terrestres e marítimas, e estão vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas, como o aumento do nível do mar e as condições meteorológicas extremas. Por esse motivo, a IAHP “apoia activamente o desenvolvimento de uma estratégia global para a redução das emissões dos gases com efeito de estufa, quer a partir de fontes terrestres, quer a partir do mar, em linha com os objectivos da Conferência de Paris”, referia a associação antes da 71ª sessão do MEPC.
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