A construção de navios deverá cair 18% em 2018, no quadro de um ciclo descendente que vem desde 2010 e, antecipam alguns analistas, deverá manter-se em 2019, segundo a Clarksons Research, prestadora de serviços ao sector do transporte marítimo, citada pelo World Maritime News.
Em todo o caso, a Clarksons Research distingue este ciclo do que ocorreu nos anos 70 do século passado e que demorou cerca de uma década a recuperar. Então, tal como agora (2010), a queda seguiu-se a um período de forte procura de navios (1972-1976), mas a queda inicial foi mais rápida e aguda, com quebras de 64% nas entregas de navios entre 1976 (o ano zero) e 1979.
O ciclo actual tem ficado marcado por uma queda mais gradual – 34% entre 2010 e 2014, com 178 estaleiros a declararem a entrega de todas as encomendas em carteira em 2012, o segundo ano deste período de declínio. Em 2013 voltou a verificar-se uma vaga de encomendas e os analistas admitem que dificilmente o declínio atingirá os níveis dos anos 70 e 80 do século passado, o que implicaria uma redução de 47% nas entregas a partir de 2018.
Segundo a Clarksons Research, o excesso de navios que tem caracterizado os últimos anos do sector, com um ano de 2016 particularmente fraco em novas encomendas, é ainda mais evidente. Embora num universo de 353 estaleiros, todos tenham um navio de 1.000 ou mais toneladas brutas sob encomenda, quase metade não obtiveram um novo contrato desde o início de 2016.
O jornal, no entanto, nota que o crescimento da actividade comercial, a substituição de navios mais antigos e menos eficientes e regras ambientais mais restritas induzirão, num futuro que não antecipa, uma recuperação na construção naval, até porque, refere a Clarksons Research, se trata de uma actividade cíclica.
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