O movimento de carga nos portos comerciais do continente atingiu as 24,6 milhões de toneladas no primeiro trimestre deste ano, mais 12,9% do que no período homólogo do ano anterior e um valor que constitui o melhor resultado de sempre, de acordo com dados revelados pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), baseados em informações das autoridades portuárias.
Para este resultado contribui especialmente o desempenho do porto de Sines, com 13,5 milhões de toneladas (55% de quota de mercado), e que “continua a ser o principal impulsionador do movimento de carga do sistema portuário do continente”, registando um aumento de 19,2% no seu tráfego de mercadorias durante este período, face a igual período de 2016, refere a AMT.
A AMT destaca igualmente o desempenho do porto de Aveiro (1,2 milhões de toneladas e 5% do mercado), com uma subida de 18% face ao 1º trimestre de 2016, bem como as variações positivas dos portos de Lisboa (+9,8%, 2,8 milhões de toneladas e 11,6% do mercado), Leixões (+8%, 4,6 milhões de toneladas e 18,9% do mercado) e Figueira da Foz (+5%, 480 mil toneladas e 2% de mercado).
No plano inverso, a AMT nota que “os portos de Viana do Castelo, Setúbal e Faro registaram variações negativas, de -19,5%, -4,9% e -69,9%, respectivamente, representando no seu conjunto uma quebra de cerca de -167 mil toneladas”.
Igualmente positivos são os resultados do tráfego de contentores, que registou um aumento de 29,5% em unidades e 32,2% em TEU, “no conjunto das operações Lo-Lo e Ro-Ro”, segundo a AMT, e que também constituem “as melhores marcas de sempre, por efeito do observado nos portos de Figueira da Foz, Lisboa e Sines”.
Também aqui o porto de Sines sobressai, com um aumento de movimento de 59,6% e que correspondeu a um crescimento de 10,6% na respectiva quota de mercado, muito “sustentado pelo elevado e crescente volume das operações de transhipment que, no período em análise, registou um acréscimo de +67,7%, passando, do 1º trimestre de 2016 para o homólogo de 2017, de 247 mil para 414,3 mil TEU e de 79,7% para 83,8% no peso que estas operações representam no movimento total observado no próprio porto”, refere a AMT.
Por tipo de carga, o movimento de Carga Geral (contentorizada, fraccionada e ro-ro) cresceu 27,2%, seguida dos Granéis Líquidos (petróleo bruto, produtos petrolíferos e outros), com 8,9%. Já nos Granéis Sólidos (carvão, minérios, produtos agrícolas e outros), registou-se um decréscimo de 5,6%.
Na Carga Geral foi a carga contentorizada que mais cresceu (32,9%), seguida da carga ro-ro (30,6%). Já a carga fraccionada caiu 1,1%. Nos Granéis Líquidos, se é verdade que os produtos petrolíferos registaram uma subida de 41,2%, já o petróleo bruto e outros granéis líquidos caíram 15,2% e 14,2%, respectivamente. Para a descida dos Granéis Sólidos contribuiu muito a descida no movimento de cavão (-15,3%) e dos produtos agrícolas (-10,7%), apesar da forte subida verificada nos minérios (49,6%).
No mesmo período, segundo a AMT, as escalas nos portos comerciais do continente, incluindo as escalas de cruzeiros, aumentaram 2,6%, para 2623, equivalentes a uma subida de 6% na arqueação bruta, para cerca de 46,3 milhões. No caso da arqueação bruta, segundo a AMT, foi também o valor mais elevado de sempre entre os períodos homólogos. De acordo com a AMT, para este resultado contribuiu um “aumento da dimensão média dos navios que escalam o sistema portuário do continente”.
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