A frequência dos incidentes com grandes navios cresceu em 2016 pelo segundo ano consecutivo, revelou recentemente o Sindicato Internacional dos Seguros Marítimos (International Union of Marine Insurance, ou IUMI).
Desde 2000, regista-se uma tendência para a diminuição da perda de navios, que continuou e 2016, não obstante um ligeiro aumento em 2015, mas embora os mercados registem uma redução na frequência das participações, registam um aumento do respectivo custo médio.
Até certo momento, as principais causas das perdas estavam relacionadas, mas actualmente está a aumentar a frequência de perdas provocadas por encalhamento ou danos na maquinaria, a um ritmo superior ao de qualquer outra causa, seguida pelos incêndios e explosões, que têm sido constantes desde 2006.
A IUMI refere também que a acumulação de perdas, quer a bordo dos navios, quer nos portos, continua a ser motivo de preocupação para s subscritores dos seguros de carga.
O aumento do risco neste sector é induzido pelo surgimento de uma nova geração de Ultra Large Container Carriers, ou ULCC, capazes de transportar até 20 mil TEU com um potencial de carga avaliado em 926,7 milhões de euros. A acumulação de riscos nos portos, em especial, nos chineses, pode ser ainda maior, segundo a IUMI. Estima-se que o valor da carga movimentada em Xangai pode atingir 1,5 mil milhões de euros por dia. E cerca de 640 milhões de euros em Shenzhen e 448,7 milhões de euros em Tianjin.
Para Donald Harrell, Chairman da Facts & Figures da IUMI, “o segmento do offshore continua a enfrentar desafios que ainda irão piorar antes de melhorarem; os riscos da energia, de per se, não se reduziram, mas a base de prémio sob a qual são avaliados ou ressegurados caiu dramaticamente”.
Na opinião deste responsável, “o desastre no porto de Tianjin, em 2015, recorda-nos a crescente acumulação de risco que continua a perseguir o sector e que vai se vai intensificar nos próximos anos”.
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