A Shanghai Zhenhua Heavy Industries Co. (ZPMC), importante fabricante chinesa de equipamento portuário, forneceu 18 gruas ao terminal de contentores do porto de Mariel, em Cuba – 4 guindastes navio-porto (ship-to-shore gantry cranes, ou STS), 12 pórticos (rubber tiered gantry cranes, ou RTGs) e 2 gruas sobre carris (rail mounted gantry cranes, ou RMGs).
A mesma empresa espera fornecer mais 20 STS e 60 RTGs ao porto cubano à medida que aquela infra-estrutura aumentar o seu volume de negócios, reforçando a sua capacidade de descarga de 800 mil para 3 milhões de contentores e consolidando Mariel como hub para companhias interessadas em desenvolver actividade comercial nas Caraíbas, América Central e outras zonas da América Latina.
Estas gruas e o apoio tecnológico prestado pelo gigante de comunicações chinês Huawei podem tornar o terminal de contentores do porto de Mariel um dos mais modernos e eficientes do mundo, referem alguns analistas.
Mariel é um porto de águas profundas e comporta uma zona de duty-free e um parque industrial com instalações modernas. Tem um cais com 702 metros de comprimento e profundidade de 14,3 metros, o que o torna capaz de receber os maiores navios de carga da actualidade, que cruzam os mares entre a Ásia e o Canal do Panamá.
A intervenção de empresas chinesas no porto não constitui surpresa. Neste momento, a China é o segundo maior parceiro comercial de Cuba, atrás da Venezuela, com relações comerciais estimadas em mais de 1.900 milhões de euros (valores de 2015). Além das empresas já envolvidas no desenvolvimento do porto de Mariel, outras companhias chinesas ambicionam penetrar nesse mercado, fornecendo serviços ou produzindo bens.
E as autoridades cubanas parecem ter interesse nessa aposta. Segundo diversas notícias vindas a público e não desmentidas, vários responsáveis da zona económica especial do porto de Mariel e de outras instituições cubanas têm mantido contactos com representantes de empresas chinesas e revelado interesse em concretizar investimentos de Pequim naquela zona tão brevemente quanto possível.
Nesse sentido, vários responsáveis cubanos trabalham com investidores chineses no desenvolvimento de projectos em biotecnologia, farmacêutica e produção industrial, e existem negociações avançadas com investidores para lançar operações na área do porto sob diversas fórmulas, quer sejam parcerias ou soluções integralmente detidas por empresas estrangeiras.
