Em 2030, o transporte marítimo e a aviação na Europa deverão consumir anualmente o equivalente a mais 139,2 milhões de barris de petróleo do que consumiam em 2010, revela um estudo da consultora CE Delft patrocinado pelo grupo Transport & Environment.
As emissões geradas por este crescimento podem anular quase metade da poupança energética obtida pelos restantes meios de transporte, designadamente, terrestres, na Europa em 2030, considera o estudo.
Segundo a mesma análise, o transporte marítimo caracteriza-se por uma procura crescente de combustíveis fósseis líquidos, que deverá passar do equivalente a 293,2 milhões de barris de petróleo em 2010 para o equivalente a 366,5 milhões de barris. E em 2050 deverá ser responsável por 17% do total das emissões no planeta.
Em breve o Parlamento Europeu (PE) irá considerar uma proposta para regulamentar as emissões no transporte marítimo, que considera desregulamentadas, através da criação de fundo marítimo para o clima e da inclusão das emissões deste sector no Sistrema de Troca de Emissões (STE) da União Europeia (UE).
Isto permitiria aos armadores adquirirem licenças de emissões ao abrigo do STE a partir de 2021 ou pagarem uma quantia ao novo fundo, que serviria para comprar licenças. O fundo serviria também para financiar projectos de sustentabilidade, como novas tecnologias de baixo carbono, susceptíveis de contribuir para um ambiente mais limpo.
Se o transporte marítimo for incluído no STE, as suas emissões de CO2 podem ser reduzidas em 80 milhões de toneladas até 2030 face à situação actual, refere o estudo, citando dados da Comissão Europeia.
A iniciativa do PE pode ser considerada uma resposta à decisão da Organização Marítima Internacional (IMO, sigla em inglês) de adiar em sete anos a conclusão de um acordo global para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa entre o sector.
De acordo com o estudo, ao abrigo das normas actualmente em vigor, em 2030, o transporte terrestre deverá consumir anualmente o equivalente a menos 315,1 milhões de barris de petróleo do que consumia em 2010.
Mas mesmo esta diminuição é menos de metade da necessária para alcançar as metas da UE relativas à partilha de esforços dos Estados membros para diminuir as emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
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