Decorreu ontem a cerimónia de obliteração (carimbo) dos primeiros selos emitidos em todo o mundo em latas de conserva, com o carimbo comemorativo de 1º dia ou Marca de Dia da estação de Correios. Os selos foram emitidos em latas de conserva da empresa Ramirez, em cuja nova unidade industrial, em Lavra, Matosinhos, decorreu a cerimónia.
A iniciativa resultou de um desafio lançado pelos CTT à Ramirez, já que o primeiro selo português (D. Maria II) foi emitido em 1853, o ano da fundação da Ramirez & Cª (Filhos), SA. Esta emissão especial está a revelar-se um sucesso filatélico, segundo a empresa, e deu implicou a produção de 50 mil latas especialmente serigrafadas, com seis selos cada. Tal como noutras situações formais, os CTT utilizaram um estojo de carimbos em prata manufacturados pela Casa Leitão & Irmão, antigos Joalheiros da Coroa.
Segundo a Ramirez, “a lata e os selos remetem para o passado de sucesso da indústria conserveira, recuperando em fotos e ícones os processos de fabrico de outrora; os seis selos, cujo valor facial varia entre 0,47€ e 1€, têm uma tiragem de 125.000 exemplares cada; com um formato de 30,6 X 80 mm, os selos e a lata foram concebidos pelo designer portuense Fernando Pendão”.
Na cerimónia, Manuel Ramirez, presidente do Conselho de Administração da empresa, referiu que «esta colaboração com os CTT representa uma dupla homenagem à indústria conserveira; para além da colecção de selos que evoca a história da indústria conserveira, estes ainda são embalados e comercializados no interior de uma lata de conserva, que tivemos o orgulho de produzir».
Para a empresa conserveira, o recurso a latas e à sua tecnologia de cravação para embalar outros produtos, além das sardinhas, cavalas ou atum, não é novidade. Tal já fora feito por ocasião do lançamento da operadora de telecomunicações WTF, que envolveu a comercialização de cartões para telemóveis no interior de latas de conserva. Regularmente, por solicitação de um cliente, a empresa também embala e crava latas cheias de sardinhas de chocolate.
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