O Primeiro-Ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, inaugurou recentemente o Corredor Económico China-Paquistão (CPEC, da sigla em inglês) numa cerimónia que reuniu várias personalidades civis e militares paquistanesas e enviados de mais de uma dezena de países no porto de Gwadar, no sul do país.
A CPEC é um conjunto de estradas, ferrovias, oleodutos e centrais energéticas construídas a pensar no comércio internacional, unindo a cidade de Kashgar, na província chinesa de Xinjiang, ao porto de Gwadar. Segundo tem vindo a público, deverá ser alvo de investimentos chineses estimados em 43 mil milhões de euros ao longo das próximas décadas. Para alguns analistas, não é mais do que uma extensão do projecto chinês One Belt, One Road.
O porto de Gwadar situa-se no Mar Arábico e beneficia de uma boa localização estratégica entre a Ásia Central, Ásia do Sul e Médio Oriente, à entrada do Golfo Pérsico, junto Estreito de Ormuz. No entanto, também fica situado na província do Baluchistão, onde poucos dias antes da cerimónia um atentado bombista reivindicado pelo Daesh matou mais de 50 pessoas.
Um dia antes da abertura oficial da CPEC, o porto acolheu um comboio de camiões carregados de mercadorias chinesas destinadas à exportação. O percurso dos veículos pela via que liga a província chinesa de Xinjiang a Gwadar foi feito sob escolta militar. O receio de insegurança no porto, financiado pela China, já levou o Governo do Paquistão a anunciar a criação de uma força especial para vigiar as novas rotas comerciais da CPEC e o próprio porto.
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