A longo prazo, a procura de navios para gás natural liquefeito (GNL) pode vir a diminuir, se os compradores asiáticos mantiverem a tendência para desviar os seus contratos de abastecimento dos Estados Unidos para a Europa e a América Latina, refere a consultora Drewry.
Esta perspectiva contraria as previsões optimistas de longo prazo que a própria Drewry tem feito relativamente ao GNL. Devido à expansão do fornecimento de GNL dos Estados Unidos e a um reforço da capacidade de exportação prevista para ocorrer, sobretudo, a partir de 2018, e como quase 90% desse fornecimento está ligado a contratos, a consultora tem admitido que esse comércio criará uma procura para um número cada vez maior de navios.
No entanto, a realidade pode não ser exactamente essa, diz agora a Drewry. Como o mercado do GNL mudou significativamente desde que esses contratos de fornecimento foram feitos, os compradores asiáticos estão a retroceder nos seus compromissos contratuais, com impacto provável na procura de navios para GNL, que deverá diminuir.
Se 60% da capacidade actualmente em construção nos Estados Unidos chegasse aos mercados asiáticos, 30% à Europa e 10% à América Latina, seriam precisos 85 navios para transportar o GNL a partir dos Estados Unidos, refere a Drewry. Todavia, se os compradores asiáticos continuarem a deslocar as suas encomendas e apenas 30% da capacidade de construção norte-americana se destinasse à Ásia, com 40% a ir para a Europa e 30% para a América Latina, então, só estaria criada uma procura para 64 navios.
- Os Portos e o Futuro
- Sines não vai salvar nem a Alemanha nem a Europa…
- MAR: O Sucesso do Registo Internacional da Madeira
- Empesas de Reboque Marítimo: o drama de um mercado desvirtuado
- Registo da Madeira expande-se na Europa
- A evolução dos mercados e do transporte do Gás Natural Liquefeito
- A reduzida Marinha Mercante Portuguesa e a falta de ambição Marítima
- A transformação do «Shipping» e da Logística