Todos os novos porta-contentores ro-ro da Atlantic Container Lines (ACL) de pavilhão inglês (Atlantic Star, Atlantic Sail, Atlantic Sea, Atlantic Sky e Atlantic Sun) não têm qualquer tripulante britânico, apesar de os navios estarem registados no porto de Liverpool, segundo a organização sindical National Union of Rail, Maritime and Transport Workers (RMT), citada pelo World Maritime News.
Há poucos dias a organização lançou uma campanha denominada Save Our Seafarers (SOS) 2020, com o objectivo de contrariar a diminuição de marítimos britânicos, promovendo a igualdade de direitos no emprego, o combate à discriminação dos marítimos estrangeiros em termos de salários (mais reduzidos do que os dos britânicos), melhores condições de segurança para os tripulantes em zonas de alto risco, entre outros.
O RMT culpa a competição desregulada no transporte marítimo e o crescimento dos pavilhões de conveniência ao longo dos últimos trinta anos pela progressiva substituição dos tripulantes britânicos por tripulantes estrangeiros e pela diminuição média dos salários no sector. Uma situação que a organização quer agora modificar.
E avança com números para ilustrar a discrepância entre o peso do sector e o papel que nele desempenham os marítimos britânicos. De acordo com o RMT, anualmente, o transporte marítimo responde por 95% do comércio internacional do Reino Unido em volume e por 75% em valor. Além disso, diz o sindicato, em 2015, foram transportados 21 milhões de passageiros em viagens internacionais de transporte marítimo de curta distância (short sea shipping) de ou para portos britânicos, ou seja, “mais do dobro dos passageiros que utilizaram o Túnel do Canal no último ano e muito menos do que o número de passageiros transportados anualmente por toda a indústria dos cruzeiros, que cresceu 21% nos últimos cinco anos”.
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