Novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre as importações de automóveis e componentes de automóveis afectarão negativamente alguns dos maiores portos norte-americanos, concluiu um estudo da consultora Drewry, citado pelo Maritime Executive.
O estudo surge na sequência de outro estudo, pedido por Donald Trump ao Departamento de Comércio, sobre o impacto dessas importações na segurança nacional. O Presidente norte-americano ameaçou aplicar taxas até 25% sobre automóveis importados e está a rever o estudo que pediu ao Departamento de Comércio, concluído desde Fevereiro, e que concede a Donald Trump 90 dias para se pronunciar sobre a aplicabilidade dos seus resultados. As conclusões do estudo da Administração não foram divulgadas, mas supõe-se que considerem as importações de automóveis uma ameaça à segurança nacional, justificando a aplicação da taxa referida por Trump, refere o Maritime Executive.
Já o estudo da Drewry estima que se Trump aplicar essa taxa, as importações de automóveis dos Estados Unidos cairão cerca de 15% até 2021 e que as de componentes de automóveis contentorizadas cairão 10% no mesmo período. Nesse cenário, de acordo com o Centro de Pesquisa Automóvel dos Estados Unidos, as vendas do sector automóvel no país cairão 8% e serão perdidos 370 mil empregos. E os fabricantes de automóveis no país defendem que o preço dos veículos vai aumentar, contrariamente às vendas, que vão diminuir.
O efeito também será sentido no exterior. Os portos japoneses e alemães terão redução no movimento de exportação de carga ro-ro e os portos chineses verão reduzida a exportação de componentes para automóveis.
No caso dos portos domésticos, o impacto será essencialmente sentido nos que movimentam uma elevada percentagem de carga relacionada com o sector automóvel. Os portos de Baltimore, Nova Iorque/Nova Jersey e os portos gémeos de Los Angeles/Long Beach serão os mais afectados. O primeiro movimenta 12% das importações de automóveis dos Estados Unidos e o segundo 10 a 11%, tal como os de Los Angeles/Long Beach. Os dois últimos movimentam 40% de toda a carga contentorizada de componentes para automóveis dos Estados Unidos e o de Nova Iorque/Nova Jersey 10%.
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