Estudo de impacto ambiental com parecer favorável
Grupo ETE

O estudo de impacto ambiental entregue pelo grupo ETE relativo à construção de um terminal fluvial em Castanheira do Ribatejo recebeu recentemente parecer favorável da Agência Portuguesa para o Ambiente (APA), anunciou Luís Figueiredo, Administrador do grupo, durante um debate promovido pela Administração do Porto de Lisboa (APL) sobre “Soluções Inovadoras na Relação porto-cidade”.

Na sequência dessa decisão, conforme esclareceu Luís Figueiredo, podem começar as obras de construção do terminal, que deverão arrancar no princípio de 2017, um ano depois do previsto pelo grupo ETE. Em Setembro de 2015, Pedro Virtuoso, director de Desenvolvimento de Novos Projectos do grupo ETE antecipava ao nosso jornal que o processo do estudo de impacto ambiental estivesse concluído em 2015, que as obras arrancassem no início deste ano e que o terminal estivesse operacional no fim de 2016.

Como as obras não podem arrancar durante o período de maior chuva, a previsão é de comecem no princípio do próximo ano e que, conforme também anunciou Luís Figueiredo, o terminal esteja operacional no final de 2017. Para o grupo ETE, trata-se de um projecto que arrancou há cerca de seis anos, mas sofreu atrasos devido a uma alteração legislativa em 2013 que impôs a realização de um estudo de impacto ambiental, motivando vários adiamentos.

O investimento previsto ronda os três a quatro milhões de euros e “vai ser o grande impulsionador” da Plataforma Logística de Lisboa Norte, na opinião de Luís Figueiredo. A sua primeira fase envolve a construção de um cais de acostagem para descarga de barcaças e adapta-se quer às necessidades dos clientes, quer às condições ambientais. Na perspectiva do CEO do grupo ETE, será um projecto gerador de emprego (134 novos postos de trabalho), amigo do ambiente e eficiente. Para o efeito, o grupo ETE estabeleceu uma parceria com a sociedade imobiliária da Pousadinha, proprietária dos terrenos, esclareceu Luís Figueiredo.

De acordo com o empresário, o terminal estará disponível 365 dias por ano, 24 horas por dia e permitirá um transporte fluvial ao longo de um percurso de 22 milhas, ou seja, cerca de 41 quilómetros, menos 13 do que o mesmo percurso por estrada. Luís Figueiredo espera utilizar uma grua especialmente concebida para o terminal, com uma capacidade para movimentar 20 TEU de mercadorias por hora. “O que significa que entre três a quatro horas podemos ter uma barcaça descarregada”, referiu. E recordou que cada barcaça tem capacidade para 99 TEU, ou seja, “70 camiões”.

O mesmo responsável considerou que numa fase inicial do uso do terminal, espera realizar um transporte por semana, o que significa 10 mil TEU por ano, “que é pouco”. Mas dois meses após o arranque da operação, espera triplicar esse movimento. E admitiu mesmo a possibilidade de realizar uma viagem por dia, o que significaria movimentar 52 ml contentores por ano, “ou seja, 10 por cento da capacidade de movimento de contentores do porto de Lisboa”.

Luís Figueiredo admitiu um potencial de mercado da ordem dos 500 mil contentores/ano, baseando-se em dados da APL, o que significa “um enorme potencial de crescimento”. E reconheceu que na globalidade, o projecto implica várias fases de desenvolvimento, com a criação de diversos pontos de descarga, “à medida que o mercado for crescendo”.

No final da sua intervenção, lançou um desafio à APL, no sentido de isentar os contentores que saem do porto de Lisboa, entre outras propostas favoráveis ao desenvolvimento da actividade portuária.

 



Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

«Foi Portugal que deu ao Mar a dimensão que tem hoje.»
António E. Cançado
«Num sentimento de febre de ser para além doutro Oceano»
Fernando Pessoa
Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto.
Vergílio Ferreira
Só a alma sabe falar com o mar
Fiama Hasse Pais Brandão
Há mar e mar, há ir e voltar ... e é exactamente no voltar que está o génio.
Paráfrase a Alexandre O’Neill