Embora admita que uma guerra comercial entre a China e os Estados Unidos prejudicará o Canal do Panamá, o principal responsável da infra-estrutura não acredita que esta venha a ocorrer
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O Canal do Panamá não deixará de ser afectado por uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, considerou Jorge Quijano, administrador da Autoridade do Canal do Panamá (ACP) ao World Maritime News, durante a feira comercial Posidonia 2018, que decorre em Atenas, na Grécia.

“Qualquer um envolvido no comércio internacional, como nós, vai certamente ser afectado se alguma coisa acontecer relativamente a esse assunto”, referiu aquele responsável, citado pelo jornal. No caso do Canal do Panamá, o impacto pode fazer sentir-se pelo facto de ser uma importante via de passagem de mercadorias em trânsito entre os dois países.

Neste momento, porém, as taxas aplicadas pelos Estados Unidos afectam outros operadores, que não o Canal do Panamá. Além disso, Jorge Quijano, com base na sua experiência pessoal, manifestou a sua convicção de que China e Estados Unidos entrem numa verdadeira guerra comercial. E argumenta com a realidade do mercado.

Segundo o jornal, os Estados Unidos são um importante exportador de gás natural liquefeito (GNL) e os principais compradores do produto são países asiáticos, como o Japão, a própria China e a Coreia do Sul, entre outros. E “muitas cargas de GNL provenientes de Cherniere, no Texas, e da Luisiana, são destinadas para a Ásia, sendo a China o segundo principal utilizador do GNL que passa pelo Canal do Panamá”, refere o mesmo responsável.

Entretanto, pela terceira vez desde a inauguração da sua expansão, o Canal do Panamá registou um novo recorde mensal de tonelagem, que atingiu 38,1 milhões de toneladas em Maio, referem vários meios de comunicação social. Durante o mês, passaram pelas eclusas do canal 1.231 navios, segundo a ACP, citada pelos meios de comunicação. O recorde anterior era de 36,1 milhões de toneladas, registadas em Janeiro de 2017, quando atravessaram as eclusas 1.260 navios.

 



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