A Associação Americana das Autoridades Portuárias (AAPA, no acrónimo em inglês), divulgou na última semana um relatório segundo o qual são necessários cerca de 17 mil milhões de euros para responder às necessidades dos Estados Unidos em acessos ferroviários e plataformas multimodais nos portos ao longo da próxima década.
De acordo com o relatório, denominado «State of Freight III – Rail Access and Port Multimodal Funding Needs Report (SOF III)», quase 43% das autoridades portuárias inquiridas no contexto do documento admitiram que poderiam aumentar a sua capacidade de movimentação de carga em 25% se tivessem melhores acessos ferroviários aos portos.
No mesmo contexto, 31,4% das autoridades portuárias inquiridas admitiram aumentar entre 15% e 20% a sua capacidade e 25,7% admitiram aumentá-la entre 5% e 10%, com melhores acessos ferroviários. E cerca de 27% reconheceram que a sua principal necessidade em termos ferroviários era mesmo a aquisição de um acesso por essa via. Outras necessidades foram identificadas nesta matéria, como obras em túneis (23,7%), separação de redes (42,3%), carris nos terminais (47,4%) e centros de distribuição (47,4%).
O principal obstáculo inicial identificado à conclusão de projectos ferroviários com benefícios evidentes para os portos foi o financiamento, assumido por 67% dos inquiridos. A aquisição de terrenos foi outra necessidade identificada (36% dos inquiridos), bem como questões relacionadas com cruzamentos, passagens e túneis situados próximo de portos (37% dos inquiridos).
E cerca de 1/3 dos inquiridos consideraram que as necessidades ferroviárias urgentes dos respectivos portos estavam estimadas em cerca de 42,4 milhões de euros, para cada um deles. Na generalidade, os responsáveis portuários do país consideraram que a capacidade multimodal dos Estados Unidos começa nos portos, mas que sem conexões fiáveis o sistema não pode funcionar como deve. Reclamam investimento, mas lamentam os obstáculos criados ao acesso a financiamento federal criado pelos principais programas existentes para o efeito.
A boa notícia, refere o relatório, é que 93% dos portos parecem ter algum tipo de acesso ferroviário e que basta melhorar as infra-estruturas já existentes para fazer crescer o movimento de carga e desenvolver a economia. Os portos identificaram mesmo os projectos mais urgentes e prontos para investimento a curto prazo, esperando que as conclusões do documento sejam observadas e consideradas.
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