Os portos do Continente registaram um movimento de 29,8 milhões de toneladas de mercadoria nos primeiros quatro meses de 2018, menos 9,8% do que no período homólogo de 2017, de acordo com dados da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
Este valor, contudo, permanece semelhante ao dos últimos quatro meses de 2017 e é desvalorizado pela AMT, que lembra que o primeiro quadrimestre de 2017 foi assinalado por um movimento recorde de garga contentorizada no porto de Sines e que face ao primeiro quadrimestre de 2016, o primeiro quadrimestre deste ano cresce 1,3% .
Recorde-se que já no 1º trimestre a AMT tinha indicado uma quebra de 10,9% no movimento de carga nos portos nacionais face ao mesmo trimestre do ano anterior. Então, o Ministério do Mar atribuiu os resultados a “factores externos, como as condições climatéricas adversas, que atrasaram entradas e saídas de navios em porto e afectaram várias operações”, na linha do que fora avançado pela AMT. Mas o Governo referiu também a existência de indícios de recuperação, que poderiam mesmo induzir novos recordes positivos até ao final do ano.
Para esta quebra no primeiro quadrimestre de 2018 foi “determinante a influência do porto de Sines, que registou uma variação de -18%, a reflectir a diminuição no tráfego de Carga Contentorizada (-22,2%), mas também dos Produtos Petrolíferos (-15,5%) e do Carvão (-26%)”, refere a AMT.
A mesma entidade acrescenta que, por sua vez, este resultado da Carga Contentorizada no porto de Sines “deveu-se fundamentalmente ao tráfego de transhipment, que registou um decréscimo de -26,3% no volume de TEU movimentados face ao período Janeiro-Abril de 2017, sendo que este tráfego representa 78,6% do movimento de TEU do porto e 44,4% do total dos portos do Continente”.
As variações negativas no porto de Sines implicaram uma perda de 5% da sua quota de mercado entre os portos do Continente face ao quadrimestre homólogo de 2017. No mesmo período, ganharam quota os portos de Leixões (+2,1%), Lisboa (+1,1%), Aveiro (+1%) e Setúbal (+0,5%).
O porto de Sines, todavia, não foi o único com comportamento negativo. O mesmo sucedeu a todos os portos, excepto os de Leixões, que registou um aumento de movimento de mercadoria de 0,4%, e Aveiro, com mais 8,7% de carga movimentada neste quadrimestre.
Segundo a AMT, o movimento geral de navios também diminuiu entre Janeiro e Abril (inclusive) de 2018, “quer em número de escalas, quer em volume de arqueação bruta, de, respectivamente, -2,9% e de -5,7%, embora com contribuições de natureza diversa dos diversos portos”.
Diz ainda a AMT que “relativamente ao número de escalas assinala-se um acréscimo nos portos de Aveiro (+2,7%), Lisboa (+0,6%), Setúbal (+0,2%), Faro (+12,5%) e Portimão (+20%) e um decréscimo em Leixões (-3,9%), Figueira da Foz (-6,6%) e Sines (-10,5%)”.
Em tonelagem bruta (gross tonnage ou GT), verifica-se “uma variação inversa ao número de escalas no porto Leixões” que regista uma GT superior em +2,3% e nos portos de Faro e Portimão que registam um decréscimo de -18,2% e de -10,2%, comparativamente ao período homólogo de 2017”, diz a AMT.
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