Apesar de manifestar satisfação com resultados obtidos pelo Executivo de Theresa May sobre o Brexit, a associação representativa dos portos britânicos teme que falta de acordo, cada vez mais provável à medida que se aproxima a data da saída do Reino Unido da UE, tenha um impacto significativo num sector do qual depende 95% do comércio do país
Moore Stephens

 

A Associação Britânica de Portos (British Ports Association, ou BPA) congratulou-se com as propostas do Governo de Theresa May destinadas a garantir que os navios e outros veículos vão poder continuar a viajar de e para a União Europeia (UE), depois do Executivo ter publicado uma espécie de plano de contingência no caso de não haver acordo sobre o Brexit, refere o Maritime Executive.

 

Nesse caso, a livre circulação de bens entre o Reino Unido e a UE termina a 29 de Março do próximo ano e o seu fim terá impacto no comércio e afectará ambas as partes, designadamente no plano da burocracia e das regras fiscais aplicáveis. O quadro aplicável deverá a partir de então ser semelhante ao do relacionamento entre a UE e países terceiros.

 

Com a data do Brexit cada vez mais próxima e num contexto de muita incerteza sobre os termos do relacionamento futuro entre o Reino Unido e a UE, mas em que o cenário de não-acordo parece cada vez mais provável, a BPA antecipa desafios importantes para o sector e relembra que 95% do comércio do país passa pelos seus portos que, ao contrário do que sucede em muitos outros países, são geridos pelo sector privado.

 

O cenário de incerteza é particularmente preocupante num momento em que se anunciam novos e fortes investimentos portuários, designadamente em infra-estruturas físicas e digitais importantes para o futuro dos portos. Para a BPA, tudo o que seja menos do que o obtido com o acordo de Chequers, em Julho, que representa uma saída suave do Reino Unido da UE, terá sérias implicações e o seu impacto precisará de ser bem planeado por ambas as partes.

 



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