As autoridades portuárias procuram converter uma quinta num parque de estacionamento para camiões, antecipando congestionamento de tráfego motivado por uma saída do Reino Unido da UE sem acordo e as decorrentes implicações aduaneiras no transporte marítimo de mercadoria pelo canal da Mancha
Porto de Roterdão

As autoridades do porto de Roterdão, o maior da Europa e que movimenta anualmente cerca de 40 milhões de toneladas de bens do e para o Reino Unido, estão a tentar converter uma quinta situada a sul daquela infra-estrutura num parque para 200 camiões, procurando antecipar situações de congestionamento de tráfego previsíveis no caso de um Brexit sem acordo, refere o Safety4Sea, com base em informações da agência Reuters.

Tal como se prevê que venha a suceder noutros portos do norte da Europa com ligações marítimas ao Reino Unido, os efeitos de um Brexit sem acordo não deixarão de se fazer sentir no tempo de espera dos camionistas pela resolução das questões burocráticas e aduaneiras relacionadas com o transporte de mercadorias de Roterdão para os portos britânicos do Canal da Mancha. “Os primeiros dias depois do Brexit serão de agitação e insegurança”, apesar das tentativas de antecipação dos problemas, referiu Allard Castelein, Chief Executive do porto de Roterdão.

A mesma publicação refere também que a Holanda está a recrutar cerca de 300 novos funcionários alfandegários para o trabalho aduaneiro e dúzias de veterinários que assegurem as necessárias inspecções à mercadoria animal. Se o Brexit ocorrer sem acordo já em Março, como tudo indica, isso acarretará 2.300 milhões de euros em custos diretos para Holanda, a quinta maior economia da zona Euro. Por agora, os custos do porto de Roterdão com o processo ainda são meramente marginais, refere a publicação.

 



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