Apesar do excesso de capacidade instalada, os mega navios porta-contentores (ultra large container ships ou vessels, ULCS/ULCV, na gíria) não parecem estar em vias de serem substituídos por navios mais pequenos, segundo a consultora Alphaliner, citada pelo World Maritime News.
Segundo a Alphaliner, os operadores continuarão a encontrar formas de preencher esses enormes navios e um bom exemplo desta realidade é o recente recorde mundial anunciado pela Ocean Network Alliance (ONE) com o seu navio MOL Triumph, que terá carregado 19.190 TEU numa viagem de Singapura para o Norte da Europa, e de aqui demos conta.
Diz a consultora que este recorde também tenderá a ser ultrapassado, à medida que forem sendo introduzidos os navios com capacidade para 23 mil TEU. O MOL Triumph tinha capacidade para pouco mais de 20 mil TEU. E o jornal lembra que até agora já foram entregues 95 navios com capacidades acima das 18 mil TEU, estando mais 45 sob encomenda.
Ainda com base em dados da Alphaliner, o jornal refere que o excesso de capacidade instalada continuará a ser um desafio para os operadores, que já demonstram sinais de stress. Exemplos disso estão nas empresas que já foram forçadas a deslocar os seus mega navios das rotas entre a Ásia e o Norte da Europa.
Curiosamente, esta tendência para aumentar cada vez mais a dimensão dos navios de carga contrasta com a que se verifica na aviação comercial, onde os operadores estão a preferir aviões mais pequenos, considerados mais fáceis de preencher e susceptíveis de mais ligações directas entre grandes plataformas (ou hubs) e destinos menores.
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Qual será a rentabilidade, segurança e eficiência na operações destes mega navios de contentores, quando temos ouvido falar já várias vezes que se fala em implementar sistemas abordo que vão permitir a autonomia de navios?