Uma análise da consultora Drewry concluiu que os custos operacionais do transporte marítimo de carga subiram 0,9% este ano, depois de uma queda nos últimos dois anos
British Ports Association

Os custos operacionais dos navios de carga cresceram 0,9% em 2017, depois de dois anos consecutivos em que caíram 7,5%, refere o Drewry’s Ship Operating Costs Annual Review and Forecast 2017/18, citado pelo World Maritime News. Este valor resulta de uma análise da Drewry a 44 tipos de navios, de diferentes categorias e dimensões.

De acordo com o relatório, os custos cresceram na maioria dos sectores do transporte marítimo de mercadorias, com excepção dos contentores, que registou uma descida de custos pelo terceiro ano consecutivo. “No entanto, há limites para o tempo de duração dos cortes nos custos”, refere Martin Dixon, Director de Investigação de Produtos da Drewry, cotado pelo jornal.

O mesmo documento refere que a pressão para a redução de custos vai continuar, sobretudo enquanto se mantiver o excesso de capacidade instalada e a recuperação assentar em pilares frágeis. A Drewry antecipa que os custos estarão sob o controlo imediato dos armadores, como em tripulações, sobressalentes, reparações e manutenção e ainda em gestão e administração.

Todavia, os armadores devem estar preparados para uma tendência ascendente dos custos que pode surgir do lado das seguradoras, com o aumento do valor dos prémios de seguros. As resseguradoras têm tido grandes perdas, devido a uma série de desastres naturais ocorridos este ano, e isso terá impacto nos prémios dos seguros sobre casco e maquinaria (hull & machinery) e ainda sobre protecção e indemnizações (P&I).

Recorde-se que, de acordo com uma análise da consultora internacional de transporte marítimo Moore Stephens, que já aqui citámos, os custos operacionais com os navios vão aumentar 2,1% em 2017 e 2,4% em 2018 e, no caso do offshore, esses valores passam para 4,8% em 2017 e 3,8% em 2018. Essa análise baseou-se em respostas de operadores de referência no transporte marítimo, maioritariamente armadores e gestores da Europa e Ásia.

 



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