Foi debatido o tema no International Marine Intelligent Energy Efficiency Technology Summit 2018, em Xangai, onde foi consensual que a “competição entre combustíveis limpos continuará” e continuará a fazer pressão sobre o transporte marítimo.
Coreia do Sul

Porque o transporte marítimo está em grande revolução, o assunto é sempre oportuno: a pressão sob a qual os navios se encontram para reduzir as emissões foi debatida no International Marine Intelligent Energy Efficiency Technology Summit 2018, em Xangai, na China, e, apesar de “termos novas opções de energia como o GNL, as baterias, a energia eólica ou a energia solar”, Wang You Zhen, engenheiro no Instituto de Design Marítimo e Pesquisa da China, antecipou que “é difícil dizer qual será o melhor para agora, acrescentando que “a competição entre combustíveis limpos continuará”, segundo sua citação pelo Seatrade Maritime News.

Na cimeira, que foi acolhida pela Sociedade Naval de Arquitectos e Engenheiros Marítimos, pelo CSNAME – Comité de Design de Navios Académico e UBM Ásia, Wang You Zhen, referiu igualmente que o papel dos regulamentos internacionais, do desenvolvimento económico e da concorrência entre o sector marítimo foi decisivo na revolução energética da indústria naval.

Luo Xiao Feng, Director do Instituto CCS Wuhan Rules and Research, também presente na cimeira, referiu que a China prevê tomar medidas para desenvolver o transporte marítimo mais sustentável no próximo ano, nomeadamente através do estabelecimento de um sistema ecológico de transporte marítimo.

“Até onde sei, a China irá introduzir directrizes e medidas, a começar no próximo ano, de controlo de emissões dos navios e da utilização de GNL. Os regulamentos vindouros serão implementados desde o Sul da China até ao Norte, inclusivamente a navegação pelos rios interiores”, referiu Luo Xiao Feng.

Veja-se o exemplo do Delta do Rio Das Pérolas, uma zona piloto nas práticas de controlo de emissões, onde as autoridades já estão a fazer pesquisas para estabelecer, na linha principal, controlo do ar. Enquanto isso, a Administração de Assuntos Marítimos do Rio Changjiang está pronta para dar um grande passo em 2019 na utilização de GNL no transporte do rio Yang-Tsé, de acordo com Luo.

Mas o desenvolvimento dar-se-á igualmente através de navios ecológicos inteligentes, sobretudo no rio Yang-Tsé. Tanto que o Gabinete Geral do Conselho de Estado da China emitiu “planos de acção para três anos, de estrutura de transporte” para promover o transporte fluvial, os terminais e instalações de construção nos portos de Ningbo-Zhoushan, Xangai, Shenzhen, Guangzhou e Lianyungang, especialmente em navios graneleiros e porta-contentores. Note-se que os rios, apesar de não terem uma estrutura de portos tão desenvolvida como as costas marítimas, têm um extra: melhor rede de comunicações, explanou Jiang Chun Yu, do Xangai Zhongchuan NERC-SDT (SNARC).

Mas para superar os desafios ambientais que se impõem, há uma necessidade maior de inovar e cooperar, menciona Andreas Nordseth, Director Geral da Autoridade Marítima Dinamarquesa. Pelo que os regulamentos são essenciais, e são, segundo este responsável, o principal motor da inovação e das novas tecnologias, enquanto a digitalização, as mudanças ambientais e o comércio marítimo são os outros três principais impulsionadores. “Precisamos de uma nova tecnologia marítima, precisamos de uma colaboração transfronteiriça forte e precisamos de ecossistemas abrangentes”, acredita Nordseth.

Já para Mathias Sennicksen, gerente de vendas da Eniram-Wartsila Singapore, os principais instrumentos para melhorar o desempenho dos navios são a análise de dados e a digitalização, de forma a reduzir as emissões e economizar custos, especialmente agora que a indústria naval transita da mão-de-obra intensiva para operações inteligentes e autónomas, num futuro próximo.

 



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