Niels Smedegaard, presidente da European Community Shipowner’s Association (ECSA), voltou a defender um acordo global para o transporte marítimo sob a égide da Organização Marítima Internacional (OMI, ou IMO, da sigla inglesa) visando ajudar a reduzir a emissão de poluentes para a atmosfera
A intervenção foi feita durante um simpósio sobre descarbonização que decorreu no passado dia 21 de Junho, em Antuérpia, na Bélgica, promovido pela Royal Belgian Shipowner’s Association, em cooperação com a ECSA e a Wartsilla, e no qual estiveram presentes armadores, fabricantes de motores, representantes de estaleiros, designers, investigadores e autoridades portuárias.
Para Niels Smedegaard, “um esquema regional conduziria a uma dispersão do carbono, na medida em que os navios começariam a evitar escalar os portos da União Europeia (UE)”. E isso “afectaria gravemente o sector do transporte marítimo de curta distância europeu, que ficaria novamente sujeito a um sistema único exclusivo da UE”, acrescentou.
O mesmo responsável recordou que a UE não incluiu o transporte marítimo na sua revisão da directiva Emissions Trade System (ETS), que estabelece metas para as emissões de poluentes aos sectores do transporte europeus. E considerou que essa opção “reflecte correctamente a realidade do transporte marítimo como negócio global”, acrescentando que “medidas regionais” iriam introduzir um efeito de distorção entre os operadores marítimos europeus.
O presidente da ECSA também admitiu que a UE revelou liderança ao adoptar uma regulação sobre monitorização, reporte e verificação das emissões de CO2 do transporte marítimo a partir de 2018, referindo-se à estratégia MRV (Monitoring, Reporting and Verification). Mas notou que agora, o importante é “garantir uma correcta implementação da MRV e ter a certeza de que essa regulamentação está alinhada com o sistema de recolha de dados da IMO, que deve ser formalizado em Outubro deste ano”.
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