Robin Meech, consultor em energia e Director da Marine Energy Consulting, antecipou um cenário de caos no transporte marítimo a partir de 2020, quando se tornar obrigatório o uso de combustível com um teor máximo de 0,5% de enxofre nos navios. O cenário foi traçado durante a conferência «Atlantic Meeting», recentemente promovida em Lisboa pela GALP no âmbito da Portugal Shipping Week.
Para o consultor, a partir de 2020, o transporte marítimo vai caracterizar-se por maior riscos e quantidade insuficiente de combustível conforme as novas especificações técnicas. Além disso, nos próximos 15 meses, cerca de 60 mil navios terão que limpar os seus tanques de combustível, referiu. O que induzirá, porventura, a soluções que passarão pela limpeza dos tanques antes de 2020 e ao uso de combustível com 0,5% de enxofre a partir daí.
Na conferência, vários elementos da GALP apresentaram o esforço desenvolvido pela empresa para se adaptar às necessidades do abastecimento de navios a partir de 2020, mantendo a ideia de que estará preparada para responder às exigências do mercado depois dessa data. Independentemente de trabalhar para corresponder às necessidades de quem optar pelo combustível com um máximo de 0,5% de enxofre, a GALP continuará a produzir combustível para quem optar pelos scrubbers e mantiver o consumo de combustível mais pesado (os heavy sulphur fuel oils, ou HSFO).
Outro orador foi Nigel Driffin, consultor em questões técnicas e especializado em transporte marítimo, que abordou a questão do futuro do gás natural liquefeito (GNL), num contexto de transição para combustíveis marítimos mais limpos. Um dos dados que partilhou com a audiência foi o de que actualmente existem 30 grandes portos com uma capacidade de provisão de GNL activa ou em construção.
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