A perspectiva de novos licenciamentos do Governo britânico para parques eólicos offshore no valor de milhões de euros levou a UK Chamber of Shipping, representativa de mais de 180 operadores da indústria marítima do Reino Unido, a apelar a uma coordenação e planificação visando evitar que os novos projectos eólicos prejudiquem a navegação, as pessoas e o ambiente.
De acordo com a associação, o Governo britânico anunciou novos contratos para Maio de 2019 e concursos para licenças a cada dois anos depois dessa data. Entretanto, o Governo já recebeu oito candidaturas para ampliar os parques já existentes. Estes desenvolvimentos representariam uma capacidade adicional de energia eólica estimada de 1 a 2 GW (60 a 140 turbinas) anuais a partir de 2020.
Embora apoie a energia eólica offshore, a UK Chamber of Shipping manifesta preocupação com o impacto da actividade na segurança marítima e no ambiente, porque a instalação de parques eólicos no mar pode implicar alteração das rotas de navegação tradicionais, com desvio de navios, sobretudo os de menor dimensão, para outras rotas, percorridas habitualmente pelos navios maiores. O que tenderá a gerar emissões adicionais de poluentes pela indústria, contra todo o esforço de descarbonização em curso nesta e noutras indústrias.
“Quando novos parques eólicos são construídos ou ampliados, os navios que cruzam rotas estabelecidas têm que os contornar; isto pode gerar um afunilamento dos navios por canais de navegação mais estreitos, aumentando o risco de colisão (…)”, refere a associação. E acrescenta que “os navios mais pequenos podem ser afectados quando as suas rotas preferidas ficam bloqueadas por projectos de parques eólicos”, pois isso implica custos suplementares de vária ordem e pode implicar emissões adicionais.
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