Project Forward

Na semana passada, foi apresentado um plano para desenvolver um graneleiro revolucionário de tipo kamsarmax, alimentado a gás natural liquefeito (GNL), durante a Posidonia 2016, um importante evento da indústria de transporte marítimo, que decorreu em Atenas, revelam vários meios de informação internacionais.

Segundo diversos meios de informação, este será o primeiro navio do seu tipo adequado a serviços à escala global, alimentado a GNL e em conformidade com os requisitos do International Maritime Organization’s Energy Efficiency Design Index 2025 e das convenções sobre emissões de poluentes Tier III para o dióxido de azoto (NOx) e Anexo Vi da Marpol relativo ao dióxido de enxofre (SOx).

O projecto, denominado Project Forward, deverá ser desenvolvido pela grega Arista Shipping, que tem sucursal em Portugal, a Wärtsilä, também representada no nosso país, a sociedade classificadora ABS, a empresa de engenharia GTT e a Deltamarin.

Segundo várias fontes, o projecto será coordenado pela Arista Shipping e envolverá o design B.Delta para navios de 80 mil a 210 mil toneladas de porte bruto da Deltamarin, um motor 31-DF de quatro-tempos para velocidade média sem geradores auxiliares da Wartsilla, tanques para contenção de combustível com membranas criogénicas usadas no transporte e armazenamento de gás liquefeito da GTT e o apoio da ABS na aprovação do conceito e do design conforme as suas regras para graneleiros e navios a gás.

Dados disponíveis referem também que a aplicação do motor da Wärtsilä, com a configuração proposta, não tem precedentes num navio deste tipo, podendo simplificar a organização da sala das máquinas e contribuir para diminuir as despesas de capital. O design, por seu lado, poderá ser adaptável a graneleiros de outras dimensões e servir de base a navios tanque alimentados a GNL.

Recorde-se que o modelo kamsarmax retirou o nome do porto de bauxite de Kamsar, na Guiné, restrito a navios de comprimento não superior a 229 metros. Por isso, trata-se de um graneleiro com esse comprimento limite e um porte bruto maior do que os panamax, que têm um porte bruto de 82 mil a 210 mil toneladas.

A propósito deste projecto, Alexander Panagopulos, CEO da Arista Shipping, presente no evento de Atenas, terá referido que “se trata de estabelecer um limite alto para os outros seguirem; julgo que se chama a isso disrupção”.

O mesmo responsável, citado pela Wärtsilä, referiu que “o Projecto Forward quer ser uma referência para a indústria do transporte marítimo, e em particular, para os armadores e operadores de navios de carga; os armadores têm que decidir nos próximos 5 a 10 anos se o gás como combustível é um meio conforme aos requisitos de baixas emissões de poluentes e este projecto permitirá a todos compreender o seu grau de viabilidade”



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