Autores do estudo insistem nas suas posições
Federação Internacional dos Trabalhadores dos Transportes

A Federação Internacional de Trabalhadores dos Transportes (FITT) reiterou as críticas à segurança da navegação no novo Canal do Panamá, decorrentes do estudo que realizou com a Fundação Homem do Mar (FHM), depois da reacção negativa da Autoridade do Canal do Panamá (ACP) às conclusões daquela análise, refere o Maritime Executive.

De acordo com o jornal, citando o Secretário-Geral da FITT, Steve Cotton, os autores do estudo ofereceram a sua colaboração e disponibilizaram o documento à ACP para manter a navegação do canal segura. Apesar deste espírito de cooperação, responderam às críticas da ACP.

Às críticas sobre a ausência de um modelo matemático, a FITT respondeu que os simuladores da FHM utilizados no estudo cumprem os requisitos internacionais de certificação de simuladores (Standard for Certification of Maritime Simulators System No. 2.14 – January 2011, da DNV) e que foi considerado um artigo sobre formação de pilotos e capitães de rebocadores no novo Canal do Panamá apresentado em 2015 pelo Capitão Francisco Tejada, da ACP.

A FITT acrescenta que a FHM tem a mais recente versão do mesmo tipo de simulador que a SIDMAR, uma empresa especializada em equipamentos e análises oceanográficas, e possui programas de aplicação de modelos matemáticos a qualquer tipo de navio que permitem realizar análises integradas de manobrabilidade com recurso a dados empíricos e teóricos de uma extensa base de dados de características aerodinâmicas e hidrodinâmicas.

A federação considerou ainda que tem uma equipa de peritos composta por capitães, oficiais de marinha e arquitectos navais, e que já desenvolveu projectos em importantes portos, como Santos, Rio de Janeiro, Tubarão, Vitória, Ponta da Madeira, Puerto La Plata, entre outros, incluindo para o maior cargueiro mundial de minério. Adiantou também que realizou análises sobre a entrada dos primeiros navios de transporte de gás natural liquefeito nos portos de Pecém, Ceará e nos terminais da Baía de Todos os Santos, Baía, e in Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

Recorde-se que a ACP também tinha criticado o estudo por utilização de equipamento pouco fiável pela FHM e por apenas utilizar dois rebocadores em vez de quatro (o limite até ao qual podem ser usados no novo Canal do Panamá). E defendeu que os seus estudos decorrem no mais avançado centro de simulações da região, bem como a eficiência e segurança das novas comportas, que tornam a rota do canal “uma das mais seguras do mundo”.

 



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