Guiné Equatorial pela primeira vez como membro de pleno direito
APLOP

No próximo Congresso da Associação de Portos de Língua Portuguesa (APLOP), a realizar no porto de Itajaí, no Brasil, nos dias 11 e 12 de Abril, serão apresentados os últimos resultados de dois grupos de trabalho sobre o transporte marítimo nos países lusófonos e facilitação de processos de circulação de mercadorias nos portos de países de língua portuguesa.

A marca e a bandeira

O nosso jornal pode adiantar que uma das conclusões a apresentar por um dos grupos de trabalho aponta para a criação de uma marca própria, “que se poderá chamar APLOP e que seria posteriormente certificada a nível internacional”, segundo nos referiu José Luis Cacho, conselheiro da associação.

Para se obter essa certificação, seria necessário cumprir um conjunto de procedimentos, que serão apresentados no Congresso, e que contemplarão diversos graus, “conforme o nível de desenvolvimento de cada um dos países”, referiu o mesmo responsável. A solução de graus escalonados “permitirá evoluir na cadeia da certificação da marca e no processo de facilitação da circulação de mercadorias nos portos”, esclareceu José Luís Cacho.

Outro dos temas em debate na APLOP e que estará em discussão entre os participantes é o desenvolvimento do transporte marítimo no espaço da lusofonia, com enfoque no quadro de armadores marítimos e de cabotagem e nas linhas marítimas que existem actualmente nesses países.

Nesse contexto, será debatida a questão da criação de uma bandeira comum aos transportadores marítimos de língua portuguesa, “que é uma ambição dos associados da APLOP”, reconhece o conselheiro. O conceito é simples. “O Atlântico Sul é um mar em que se fala português e há todo um comércio entre os países que falam português” que pode ser potenciado por esta medida.

“Achamos que se houvesse transporte marítimo de bandeira de língua portuguesa seria mais fácil criarmos soluções que dinamizariam o comércio entre os países lusófonos”, considera José Luis Cacho. Foi isso que esteve na base de um estudo promovido pela associação para procurar identificar possibilidades de dinamizar os fluxos comerciais entre esses países.

“Estudámos o transporte marítimo para saber o que é preciso fazer para potenciar essas linhas de língua portuguesa e a bandeira comum pode ajudar a cimentar esse processo”, referiu o mesmo responsável. Neste momento, o trabalho do grupo consiste num levantamento da situação existente em cada país, desde as empresas do sector, aos tráfegos, à mercadoria transportada, à legislação vigente sobre a matéria ou aos constrangimentos da actividade, entre outros elementos sob análise.

Formação

O congresso também será uma oportunidade para firmar acordos na área da formação que têm vindo a ser preparados pela APLOP com várias instituições internacionais. O objectivo é promover iniciativas formativas nos países membros vocacionadas para os agentes económicos com actividade nos portos.

Uma das entidades com quem será celebrado um Protocolo é a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (conhecida pela sigla em inglês, UNCTAD – United Nations Conference on Trade and Development). O objectivo é que a organização ministre cursos nos países lusófonos, com formadores portugueses e com a língua portuguesa no programa formativo.

Outra entidade que estará presente será o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), uma entidade brasileira vocacionada para a formação profissional e tecnologia industrial, que fará uma apresentação sobre movimentação de equipamentos portuários e estará disponível para acordos de cooperação em formação on job destinados aos portos de países de língua portuguesa.

Será igualmente abordada a possibilidade de um acordo com a Escola Europeia de Short Sea Shipping, sediada em Barcelona, destinado à formação para a actividade portuária. O contexto formativo contará ainda com a presença da Universidade do Rio de Janeiro.

Os novos membros

Em Abril, pela primeira vez, a Guiné Equatorial estará presente como membro efectivo e de pleno direito da APLOP num congresso da associação e Marrocos como membro observador.

Para a Guiné Equatorial será uma ocasião para apresentar os projectos em desenvolvimento na área portuária. No caso de Marrocos, embora seja um membro observador, trata-se de um país que se prepara para investir cerca de 5 mil milhões de euros em desenvolvimento portuário até 2030, incluindo na construção de dois portos, conforme já anunciámos neste jornal.

Segundo apurámos, os projectos dos portos marroquinos serão apresentados no congresso pela Agência Nacional de Portos, marroquina. De acordo com José Luís Cacho, “Marrocos tem a ambição de ser um porto marítimo de entrada em África”, e estes portos fazem parte dessa estratégia. Uma orientação que pode ser aproveitada por Portugal, de quem Marrocos é um parceiro comercial, e “que está em linha com a nossa estratégia para África”, refere o conselheiro da APLOP.



3 comentários em “Marca, bandeira e formação no congresso da APLOP”

  1. Joelson diz:

    você faz a inscrição gratuitamente pelo fone 47 3341 8064, abraço!

  2. Como participar do Congresso Aplop em Itajaí

    1. Como participar Congresso Aplop em Itajaí

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