No total, estes portos movimentaram 93 milhões de toneladas de carga, menos 3,3 milhões do que em 2017, e os únicos com desempenho positivo foram os de Aveiro e Faro
Terminal XXI

Em 2018, os portos nacionais continentais movimentaram 93 milhões de toneladas de carga, menos 3,5% face a 2017, e menos 3,3 milhões de toneladas do que no ano anterior, revelou a Autoridade para a Mobilidade e os Transportes (AMT). Apenas os portos de Aveiro e Faro movimentaram mais carga do que em 2017, com o primeiro “a apresentar mesmo um valor recorde de tonelagem, ultrapassando as 5,6 milhões de toneladas” (+9,2%).

Todos os outros registaram menos movimento de carga face a 2017, “destacando-se Sines por ter perdido -2 milhões de toneladas, correspondente a -4%, seguido de Lisboa com -913,4 mil toneladas (mt) equivalente a -7,5%, e ainda Setúbal com -443 mt (-6,7%) e Leixões, que recuou -354 mt (-1,8%)”, refere a AMT.

As perdas mais influentes no desempenho dos portos nacionais verificaram-se em Sines, “no conjunto do Petróleo Bruto, Carvão e Produtos Petrolíferos que reduz no seu conjunto -3,4 milhões de toneladas, ou seja, 50,8% do total da carga perdida pelo conjunto dos mercados, ainda no Petróleo Bruto de Leixões, que diminui -683,8 mt, seguida da Carga Contentorizada em Lisboa que sofre uma quebra de -638 mt, e ainda nos mercados de Carga Contentorizada e Carga Fraccionada de Setúbal, com uma variação de -628,7 mt, no seu conjunto”, refere a AMT.

Pela importância que tem na actividade portuária, o movimento de contentores merece uma referência especial. E nesse ponto, 2018 fechou “com um desempenho positivo em todas as vertentes de análise, número de unidades, volume de TEU e tonelagem movimentada, tendo fixado recordes em todas elas”, refere a AMT, acrescentando que “o volume de TEU atingiu quase a marca de 3 milhões, tendo-se fixado em 2,99 milhões”.

Em Sines, o movimento de carga contentorizada cresceu 1,15 milhões de toneladas e em Leixões 498 mt. Dois portos que atingiram as suas melhores marcas neste mercado (667,5 mil TEU em Leixões e 1,75 milhões em Sines), “superiores em cerca de 5% aos seus valores máximos anteriores”, refere a AMT. “O desempenho destes dois portos beneficiou naturalmente das perturbações laborais que marcaram Lisboa, Setúbal e Figueira da Foz, que fecharam o ano registando quebras respectivas de -13,5%, -19,1% e -23,2%”, nota a AMT.

Diz também a AMT que “importa ainda referir a importância do tráfego de transhipment, que em termos globais representou cerca de 47,8% do volume total de TEU, tendo mais significado no porto de Sines onde representou 77,2% do total”, recordando também que em Sines se registou “um importante acréscimo do tráfego de hinterland, que cresceu 16%”.

“A actividade portuária caracterizada pelo movimento de navios, é traduzida pela realização de 10.521 escalas no sistema portuário do Continente, independentemente da tipologia de navios e das operações efectuadas”, o que representa “uma quebra homóloga de -3,7%, corresponde um volume global de arqueação bruta (GT) de quase 205 milhões, também inferior à verificada em 2017, de -1,1%”, sublinha a AMT.

 



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