Cerca de mil administrações portuárias e empresas com actividade em portos de 100 países assumiram o compromisso de cumprir os 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. O compromisso foi assumido num evento que decorreu em Antuérpia, no dia 22 de Março, sob os auspícios do Programa Mundial para a Sustentabilidade dos Portos (World Ports Sustainability Program, ou WPSP).
Os compromissos foram registados na Carta do WPSP, assinada pela Organização dos Portos Marítimos Europeus (ESPO, na sigla em inglês), Rede Mundial das Cidades Portuárias (Worldwide Network of Port Cities, ou AIVP), Associação Americana das Autoridades Portuárias (American Association of Port Authorities, ou AAPA), Associação Mundial das Infra-estruturas de Transporte Marítimo (World Association for Waterborne Transport Infrastructure, ou PIANC) e a Associação Internacional de Portos (International Association of Ports and Harbours, ou IAPH).
De acordo com o World Maritime News, os compromissos incidem sobre o desenvolvimento de infra-estruturas robustas, a energia e o clima (visando alcançar os objectivos do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas), a integração social, a segurança (incluindo a ciber-segurança) e transparência e ética.
Há precisamente uma década, em 2008, a IAHP, sob a égide do Comité para o Ambiente nos Portos (Port Environment Committee), lançou a World Ports Climate Initiative (WPCI), na qual 55 portos internacionais subscreveram uma declaração no sentido do desenvolvimento de acções de adaptação ao fenómeno das alterações climáticas. Na sequência da iniciativa, foi lançado o Environmental Shipping Index e criada uma ferramenta para avaliar a pegada de carbono do sector.
Desde então, a agenda global sofreu importantes alterações. Em 2015, foi assinada a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, com 17 objectivos e poucos meses depois foi subscrito o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, dois documentos que constituem actualmente as grandes referências internacionais em termos de sustentabilidade ambiental do planeta, quer para os agentes públicos, quer para os operadores privados.
O compromisso agora assumido pelas entidades portuárias e agentes económicos com elas relacionados visa adaptar os respectivos comportamentos às mais recentes orientações internacionais sobre sustentabilidade, nas quais se regista a importância acrescida da responsabilidade social neste sector, e que não merecia esta visibilidade há dez anos.
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