O Governo do Sri Lanka completou a entrega formal do porto de Hambantota, no Sri Lanka, à China, no âmbito de um contrato de arrendamento de 99 anos ao consórcio que une a China Merchants Port Holdings (CMPort) e a Autoridade dos Portos do Sri Lanka (SLPA, na sigla em inglês), segundo vários meios internacionais. Para desenvolver o porto, as duas partes pretendem torná-lo um centro marítimo internacional que liga o sul da Ásia com África. O porto estará também conectado com a Zona Logística e Industrial da Hambantota.
O consórcio iniciou operações em 9 de Dezembro, de acordo com o Conselho de Estado da China, refere o World Maritime News. Nos termos do acordo, refere o jornal, a CMPort ficou obrigada a investir cerca de mil milhões de euros para deter uma participação de 85%.
A participação foi uma questão que desencadeou protestos, por parte dos sindicatos e dos grupos de oposição, o que acabou por forçar o governo a fazer algumas revisões para limitar o papel da China na execução de operações comerciais, mantendo a supervisão do Sri Lanka, para questões de segurança mais amplas.
O desenvolvimento do porto, estrategicamente localizado para conectar o Médio Oriente e o Leste Asiático, deverá beneficiar não só a China como o Sri Lanka e outros países. A sua posição coloca-o no meio de importantes linhas de abastecimento de energia do Oceano Índico. Além disso, Hambantota é considerado um ponto de importância estratégica para a rota de seda marítima do século XXI da China.
“O acordo para Hambantota pode ser visto como um exemplo para uma maior cooperação com os países do sul da Ásia”, comentou Yi Xianliang, Embaixador da China no Sri Lanka, e segundo Parakrama Dissanayake, presidente da Autoridade Portuária do Sri Lanka, “terá um forte impacto não só no sul da Ásia como para além do sul da Ásia, no Médio Oriente e no continente africano”.
Segundo fontes internacionais, a empresa chinesa pretende investir 509 milhões de euros adicionais para reformular a porta da Hambantota. Talvez por isso, fontes diplomáticas declararam à Reuters que os Estados Unidos, a Índia e o Japão levantaram a preocupação de que a China usasse o porto como uma base naval.
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