Depois de ter feito deslocar seis navios pelo Árctico em 2017, a empresa chinesa Cosco pondera navegar com mais frequência pela Rota do Árctico, sobretudo se vierem a concretizar-se o futuro porto russo de águas profundas de Arkhangelsk, no noroeste da Rússia, previsto para 2018, e o projecto ferroviário de Belkomur, refere o Green4Sea.
Nesse caso, a empresa poderá deslocar navios de maior tonelagem e grandes volumes de carga entre a China e o noroeste russo. Um sinal deste interesse foi a recente visita de Director da COSCO Russia, Tu Deming, a Arkhangelsk, que também serviu para reforçar os laços entre Pequim e esta região. A empresa, aliás, já explora rotas pelo Árctico desde 2013.
Actualmente, a Cosco navega pela rota do Canal do Suez, mas a perspectiva de rotas com distâncias mais curtas, e, consecutivamente, com menores custos (pois implica uma redução de 4 mil milhas face à tradicional), numa época em que o degelo é cada vez maior, alicia a empresa.
Apesar do interesse da Cosco e de outras empresas na rota do Árctico, há quem a desvalorize. Esben Poulsson, presidente da Associação de Transportes Marítimos de Singapura, considera essa rota difícil e dispendiosa. Na sua opinião, pode ser mais dispendioso, pois necessita de maior investimento nos quebra-gelos e em diferente equipamento, e as viagens têm de ser feitas com velocidades mais reduzidas.
Quando analisa números – as rotas do Árctico não são ainda a alternativa por excelência das navegações – verifica que em 2016 foram 19 viagens, e que em 2017 esse número aumentou para 40 viagens por ano, o que não se compara com as 50 mil viagens por ano no Canal do Suez. Na sua opinião, transmitida por diversas fontes internacionais, esta rota é apenas viável para os navios em rotas a norte de Xangai.
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