Apesar de Xu Lirong, Presidente da China Cosco Shipping, ter referido Domingo passado, na cerimónia de assinatura da concessão do Porto do Pireu, que a Grécia poderia beneficiar da crescente influência económica no mundo da China e o Porto do Pireu servir, nesse âmbito, de pivot do desenvolvimento da sua economia, a oposição ao negócio é forte, logo a começar pelo próprio Ministro com a tutela dos Transportes Theodoris Dritsas que recusou, inclusive, estar presente na cerimónia.
A tese dos opositores à concessão, pouco sensíveis até às anunciadas perspectivas de investimento do próprio Governo Chinês, é que a mesma não tem qualquer valor jurídico até ser ratificada no Parlamento, o que deverá ocorrer esta semana.
Como se sabe, os estivadores também estão contra a concessão e não deixaram de o manifestar numa manifestação levada a efeito no Centro de Antenas durante a cerimónia, apesar de todas as garantias dadas por Xu Lirong de uma das preocupações da China Cosco ser exactamente não só de manter os postos de trabalho como melhorar as respectivas condições, assegurando igualmente, uma vez selado definitivamente o acordo, iniciar-se um novo período de investimentos tendo em vista conquistar uma maior quota no mercado dos cruzeiros e numa nova organização dos serviços de cabotagem.
Como também se sabe, a China Cosco Shipping já opera os terminais de contentores II e III do Porto do Pireu desde 2009, conseguindo crescimentos assináveis como passar dos 880 000 TEU movimentados em 2010 para os 3,36 milhões movimentados em 2015, levando-o igualmente a passar do 93º lugar na hierarquia dos mais importantes portos de contentores do mundo para 39º lugar.
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