Nos próximos 12 a 18 meses, o Governo quer promover alterações legislativas profundas e parcerias com os municípios, visando dotar as autarquias de maior capacidade de intervenção no âmbito das infra-estruturas de náutica de recreio, sugeriu ontem, na Nauticampo, o Secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, durante a apresentação de um estudo sobre o impacto económico da actividade encomendado pela Docapesca a uma equipa de investigadores da Universidade do Algarve.
“A nossa perspectiva é que dando corpo a contratos de gestão e transferência de competências, a área da náutica de recreio deve ser mais interligada com o desenvolvimento urbano”, referiu José Apolinário, acrescentando que para isso será preciso agir no plano legislativo e criar ou aprofundar parcerias com os municípios.
Igualmente presente entre os oradores da sessão, Delfim Barreira, da Direcção-Geral de Estabelecimentos Escolares, anunciou que no âmbito do Programa Nacional do Desporto Escolar da Direcção-geral de Educação, o Governo pretende dar resposta às necessidades de equipamentos e infra-estruturas ligadas à formação em desportos náuticos. Nesse contexto, já terão sido adquiridos para este ano lectivo um conjunto de embarcações, incluindo 100 caiaques K1.
O mesmo responsável destacou também a importância dos centros de formação desportiva na formação e prática de remo, canoagem, vela e surf, adiantando que actualmente existem 31 destes centros sediados em agrupamentos escolares de todo o país e que o objectivo é aumentar esse número para 50 até ao final de 2017.
A apresentação do estudo sobre a náutica de recreio, moderada por Eduardo Almeida Faria, foi também uma oportunidade para debater os desafios e oportunidades desta actividade com um conjunto de oradores, que incluíram, além do coordenador do trabalho, Fernando Perna, e de Delfim Barreira, a directora da Marina de Vilamoura, Isolete Correia, o presidente da Câmara Municipal de Peniche, António José Correia, o investigador do INESC TEC, Rui Campos, um dos responsáveis pelo projecto AlgarExperience, Pedro Bacalhau, e Martinho Fortunato.
Entre os temas que mereceram a atenção dos oradores, estiveram, entre outros, as vantagens e desvantagens dos fundeadouros, o destino dos monos nas infra-estruturas da náutica de recreio, o papel do desporto escolar na formação náutica dos jovens, a importância do mercado externo para a actividade e as potencialidades de desenvolvimento do sector.
2 comentários em “Governo quer mais intervenção de municípios na náutica de recreio”
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Quando acordarem para a náutica de recreio e o “cluster” do mar, talvez já não haja uma única embarcação de recreio registada em Portugal. Nas marina ondulam maioritariamente os pavilhões holandeses e belgas. IUC em queda, seguramente!
Se não mudarem a politica na nautica de recreio vai ser um prejuizo enorme para muita gente que depende dela para sobreviver. Estou disposto a ajudar no que for possivél para mudar o sistema actual para um melhor. Com os melhores cumprimentos, Joao Horta