O negócio dos terminais de contentores pode ter que se habituar a viver com maiores riscos e menos lucros, na opinião de especialistas no sector, como Neil Davidson, Senior Analyst – Ports & Terminals da Drewry Maritime Advisors, citada pelo World Maritime News.
Aquele consultor manifestou esta convicção durante a TOC Europe Conference & Exhibition, um evento internacional dedicado a portos, terminais portuários e companhias de navegação, que decorreu este mês em Hamburgo, na Alemanha.
O especialista recordou que na sequência da crise financeira internacional de 2008/09, verificou-se um período de reajustamento nos fluxos comerciais globais que constituiu um enorme desafio para os operadores de terminais portuários e companhias de navegação.
O principal efeito do fenómeno foi uma forte quebra na procura, associada a um crescimento exponencial da dimensão dos navios, que juntamente com alianças maiores e mais complexas entre as empresas de transporte marítimo, geraram diminuição das receitas para os operadores portuários.
As novas alianças, por exemplo, apenas terão servido para aumentar a volatilidade das quitas de mercado dos portos, os quais entraram numa era de incerteza sobre o rumo do mercado que torna mais difícil planear futuros investimentos.
Na mesma ocasião, Hercules Haralambides, presidente da Haralambides & Associates, um núcleo de reflexão composto por académicos, executivos e consultores especializados no sector marítimo, notou o interesse crescente da China em alguns portos de referência, no quadro do seu projecto estratégico «One Belt, One Road».
O mesmo responsável recordou igualmente que entre os investidores nos portos e terminais portuários, merecem destaque os operadores chineses. As autoridades chinesas estão particularmente interessadas nos portos europeus do Pireu, na Grécia, (Cosco Pacific), e no de Veneza. E não esqueceu Port Said, no Egipto, porque os chineses olham para o Canal de Suez como alternativa ao canal do Panamá.
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