Um grupo de ambientalistas solicitou ao Tribunal Distrital da Carolina do Sul (Estados Unidos) para bloquear o arranque das actividades de perfuração offshore de sondagem sísmica no Oceano Atlântico alegando ter sido a aprovação do Governo para tais pesquisas a cinco empresas uma violação da Lei de Proteção dos Mamíferos Marinhos, da Lei de Espécies em Perigo e da Lei Nacional de Política Ambiental, segundo o Maritime Executive.
Ao que parece, o grupo de ambientalistas não foi o único a protestar – 16 comunidades costeiras da Carolina do Sul e a Câmara do Comércio de Pequenas Empresas da Carolina do Sul também instauraram uma acção judicial no Tribunal Federal de Charleston para impedir a actividade sísmica. As duas acções fundiram-se numa só.
Segundo os proponentes da acção, os golfinhos, baleias e outros animais poderiam suportar cinco milhões de explosões, que ocorreriam a cada 10 segundos, sendo que estas formas de pressão sísmicas são das maiores fontes de ruído nos oceanos. Ainda assim, o Governo não considerou o efeito sobreposto de várias explosões simultâneas e considerou erradamente que teriam o mesmo impacto que uma explosão, afectando nocivamente pequeno número de baleias e golfinhos. Inclusivamente o Serviço Nacional de Pesca Marítima autorizou uma empresa a prejudicar mais de 50 mil golfinhos e outra a prejudicar outras 20 mil.
Bastantes foram as instituições que se ergueram para defender as espécies marinhas quando o Governo se preparou para avançar com o Programa de Leasing de Petróleo e Gás da Plataforma Continental Exterior de Gestão de Energia Oceânica (BOEM). O projecto, proposto em Janeiro de 2018, teria aberto mais de 90% das águas americanas para o desenvolvimento de petróleo e gás. Uma versão que apesar das significativas resistências ainda tem apoiantes. É o caso do American Petroleum Institute (API), que divulgou um comunicado no mês passado, onde referia que “fechar a porta ao desenvolvimento no exterior pode prejudicar as economias locais, bem como a segurança energética dos Estados Unidos e é um passo na direcção errada”.
Note-se que numa sondagem recente divulgada por Mike Sommers, CEO e presidente do API, pode averiguar-se a opinião dos os americanos a este respeito: 84% apoiam o aumento do desenvolvimento da infra-estrutura energética do país; 83% consideram o gás natural e o petróleo como importantes para o futuro; 78 por cento dos eleitores apoiam o aumento da produção de gás natural e recursos petrolíferos; 77% apoiam as políticas de energia que o sector de gás natural e petróleo, defendendo um suprimento seguro de energia abundante, acessível e disponível; 75% apoiam o papel do gás natural na redução das emissões de gases de efeito estufa; 90% detectam valor pessoal no gás natural e petróleo.
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