Adoptada em Junho de 2018, a directiva da União Europeia (Marine Strategy Framework Directive) que obriga a cumprir objectivos relativamente à poluição sonora subaquática, corre o risco de não ser respeitada até 2020, segundo um relatório recente da OceanCare, do Fundo Internacional para o Bem-estar Animal (International Fund for Animal Welfare, ou IFAW), do Seas at Risk e do Natural Resources Defense Council (NRDC).
A falha na protecção do ambiente marinho europeu, apesar da obrigação para fazê-lo, está a tomar forma porque os Governos europeus, responsáveis por tomar medidas em várias áreas para tornar os mares limpos e saudáveis novamente até 2020, não o fazem. Em vez disso, continuam a exigir pesquisas.
Os níveis sonoros nos oceanos estão a aumentar, causando irreversíveis danos à biodiversidade marinha, evoluindo para níveis de stress das espécies marinhas, surdez, deslocamento de habitats, reprodução reduzida e até morte. Neste sentido, Eleonora Panella, Activista do IFAW, observou que a Comissão Europeia declarou, em Agosto de 2018, que os países europeus poderiam falhar o compromisso legal de enfrentar ameaças humanas ao meio ambiente marinho até 2020. Ainda assim, poderiam, por exemplo, impôr uma redução na velocidade dos navios, o que resolveria parte do problema do ruído, segundo o relatório, mas não o fazem.
“A Directriz Marinha já foi adoptada há dez anos. E, ao que parece, a maioria dos Estados prefere falar sobre a questão em vez de implementar acções de conservação concretas para reduzir os níveis de ruído nos oceanos”, referiu Eleonora Panella.
“Precisamos de uma estratégia clara para a eliminação gradual das actividades sísmicas que são realizadas para procurar novos recursos de petróleo e gás no fundo do mar. Até lá, deveriam ser empregues tecnologias menos ruidosas”, concluiu.
Ainda assim, a Seas at Risk deixa algumas recomendações para diminuir o problema do ruído subaquático: reduzir a velocidade dos navios, exigir o desenvolvimento de energias alternativas neste sentido, exigir avaliações de impacto ambiental e identificar zonas de exclusão de ruído e habitats sensíveis.
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