Desde que tomou posições no mercado portuário português, a Yilport enfrentou alguma adversidades, que está a ultrapassar, segundo admite. Uma das formas de vencer os obstáculos é a aposta em novas tecnologias, como o software Navis, para operações em Portugal e Espanha, e que é usado em importantes portos de todo o mundo
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A Yilport Holding, subsidiária do Grupo Yildirim e actualmente detentora das posições portuárias administradas pela Tertir (do Grupo Mota-Engil) desde 2016, “planeia implementar o software NAVIS para as operações em Portugal e Espanha”, segundo informou em comunicado.

Trata-se de um sistema “usado entre os maiores e os mais eficientes portos e terminais do mundo” e cuja “implementação deve ser realizada em combinação com o conceito de planeamento centralizado, denominado Global Logistics Center (GLC), o qual é semelhante ao que o YILPORT já instalou noutros locais”.

“O GLC permite uma conexão em tempo real entre aqueles que fazem o planeamento, e os operadores nos terminais, ao utilizar um só centro, um sistema e uma equipa”, refere a Yilport, acrescentando que “vários terminais a trabalhar em conjunto significam um serviço de planeamento de alta qualidade” e que “o GLC será o primeiro centro de gestão para o planeamento e controlo das operações na Península Ibérica”.

Este sistema “será também responsável por um serviço de atendimento centralizado” e graças a dele “Portugal estará entre os principais grupos operacionais portuários globais com centros de planeamento centralizados”, o que contribuirá para “trazer a capacidade de gerir terminais tanto fora de Portugal, como operações YILPORT localizadas em Espanha ou América do Sul”, refere a empresa.

“Nos próximos meses, será também dada especial atenção à equipa de vendas e marketing, que se encontram focadas na estratégia para conhecer explicitamente as zonas interiores dos portos (hinterland), e as necessidades de todos os clientes que têm carga”, refere a Yilport, sublinhando que neste caso o desafio “é crescer e fortalecer o compromisso com Portugal”.

 

Os “desafios” encontrados

 

No mesmo comunicado, a Yilport admite que encontrou em Portugal alguns “desafios esperados e também inesperados”, um dos quais foi “a prolongada discussão entre a gestão/administração das empresas e o sindicato em Lisboa, o que resultou numa grande perda de confiança por parte dos clientes, bem como uma perda de negócios nos terminais de Lisboa nos últimos anos antes da aquisição”.

“Tal como acontece noutros locais, após a sua chegada, a Yilport está a tentar implementar uma base de comunicação mais profissional entre o sindicato e a administração”, com o objectivo de trocar informação, “discutir pontos de vista individuais e, quando for possível, encontrar soluções para os conflitos que possam surgir devido à natureza dos interesses, que são distintos, de ambas as partes”, refere a empresa.

A Yilport considera que “devido ao forte impacto dos conflitos nas operações de Lisboa, foi dada uma maior prioridade a este porto, sendo de notar que a Yilport se tem de manter neutra no que diz respeito às questões sindicais, para que os sindicatos Leixões e outros portos possam ser tratados da mesma forma”.

Outro “desafio”, que a empresa classifica como adversidade, foi “a pouca atenção – por parte dos anteriores accionistas – dada ao investimento em tecnologia, o que está a resultar numa grande desafio que está a ser enfrentado pelas equipas operacionais para alcançar, através do equipamento existente nos terminais, aqueles que são considerados os padrões normais no sector industrial portuário, quer a nível de qualidade, quer a nível de fiabilidade”. Segundo a Yilport, “tendo em conta este aspecto, está a ser dada especial atenção, por parte das equipas de gestão, a todas as possibilidades que permitam melhorar a segurança, tendo em conta os padrões internacionais”.

De acordo com a empresa, “todos estes desafios estão ou serão ultrapassados, e não só soluções, como também sistemas, estão a ser criados para que estes desafios possam ser facilmente superados”, com o objectivo de “garantir o crescimento futuro e trazer negócios rentáveis para a Yilport em Portugal, tal como para com os nossos parceiros e outros stakeholders no sector portuário e logístico”.



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