Viana do Castelo acolhe os marinheiros que se preparam para iniciar, esta quarta-feira a Discoveries Race 2019.

Se de noite a cidade se deixa iluminar pelo Gil Eanes –  embarcação conhecida como misericórdia do mar que resgatou portugueses das ex-colónias, foi embaixada portuguesa flutuante na América do sul e auxiliou bastantes marinheiros  –, de dia Viana do Castelo ganha vida com as cores das bandeiras agitadas nos veleiros que se preparam para a Discoveries Race 2019. 

A regata, que iniciou oficialmente este domingo em Viana do Castelo, parte esta quarta-feira rumo a Cascais. Onze são os veleiros que farão a primeira etapa. Na classe OPEN: o Polar (26,75m), o Zarco (22,56m), o Oceania Dos (19,93m), o Nautilus (16,40m), o Trasto VI (15m) e o Anixa II (11,49m). Na classe ORC: o Swing (14,88m), o Proteína Sesentaycinco (13,99m), o Salseiro (13,70m) e o São Gabriel (12,34m).

Os participantes, já em preparação, têm sido guiados estes primeiros dias pelo Nuno Barbosa, do Viv’Experiência. Viana do Castelo, na época de Dom Afonso III conhecida como Viana da Foz do Lima, terra de navegadores, “recebeu” simpática e airosamente os marinheiros com sessões de visitas guiadas, pelas estreitas ruas que se revestem de filigrana, de trajes, de cores, e de grandes fachadas e monumentos históricos que remontam aos séculos XVI, XVII e XVIII. 

Também a moda de que se reveste, mas principalmente revestiu, a cidade e os campos foi dada a conhecer no Museu do Traje – onde não faltam trajes típicos e bijuterias. Cada aldeia imprime a sua identidade ao traje, mas na compilação dos mesmos pode notar-se o estilo e o preciosismo com que as próprias preparavam as suas vestes. Porque à excepção dos lenços, dos chinelos e dos brincos eram as mulheres eram responsáveis pela manufactura desde linhagem à costura. 

Também o Museu de Artes Decorativas abriu portas aos marinheiros, e toda a cidade. As famosas Bolas do Natário adoçaram a visita guiada. Esta terça-feira, o dia começa com uma visita ao Templo de Santa Luzia. 

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