Por enquanto, a União Europeia apenas condenou a Rússia pelo uso da força no Estreito de Kerch contra embarcações da Ucrânia e reservou-se o direito de agir adequadamente em coordenação com os seus parceiros
Lagostim

Até ao momento, os Estados membros da União Europeia não anunciaram sanções à Rússia na sequência da apreensão de três navios e da detenção de 24 militares da Ucrânia (alguns já condenados) no Estreito de Kerch. Numa declaração da Alta Representante da União Europeia para as Relações Externas, Federica Mogherini limitou-se a condenar o uso da força por Moscovo e a referir que a União Europeia agirá apropriadamente em coordenação com os seus parceiros internacionais.

O Presidente russo, Vladimir Putin considerou que o uso da força pelos militares russos foi uma reacção ao que considerou uma provocação da Ucrânia, que terá ordenado aos seus navios que atravessassem o Estreito de Kerch, um tipo de operação que estará regulada por um acordo com 15 anos entre Moscovo e Kiev, acusou o Presidente ucraniano de motivações políticas ao declarar a Lei Marcial. Por sua vez, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, considerou que os Estados Unidos incitaram a Ucrânia a esta “provocação”.

Quanto ao Presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, em entrevista ao canal norte-americano NBC, acusou a Rússia de ter praticado um acto de agressão que visa, em última instância, controlar o Mar de Azov, “apesar da lei internacional, do acordo bilateral entre a Rússia e a Ucrânia em vigor desde 2003”. “Isto não é um ataque a duas embarcações militares, duas lanchas e um rebocador, é uma agressão no Mar de Azof”, disse Poroshenko, aludindo ao objectivo da Rússia de ocupar esse mar. E sublinhou que a declaração de Lei Marcial foi uma medida radical em resposta a uma emergência nacional.

Entretanto, ontem o Expresso referia que de acordo com o um membro do Governo ucraniano, 35 navios estavam impedidos de navegar normalmente, só era possível aceder aos portos russos do Mar de Azof e que tinha sido bloqueado o acesso aos portos ucranianos de Berdyansk e Mariupol, ambos também no Mar de Azof. O jornal referia ainda que segundo o mesmo governante, 18 navios aguardariam autorização para entrar nesse mar, quatro para Berdyansk e 14 para Mariupol, enquanto nove aguardariam licença para sair desse mar.

O Expresso cita o mesmo governante, segundo o qual o objectivo da Rússia é afastar a Ucrânia de um território que lhe pertence. E cita o Presidente ucraniano, Petro Poreshenko, que terá pedido à NATO o envio de navios militares para o Mar de Azof com o objectivo de defender a Ucrânia e garantir a segurança na região.

 



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